Numa evocação histórica sobre Álvaro Cunhal, que se funde com a própria história do PCP, o Secretário-geral do partido, Jerónimo Sousa, deixou na Covilhã, ontem à noite, um apelo para que os trabalhadores continuem no “caminho da luta”, que se deve fazer nas empresas, na rua e nas urnas, vincou o dirigente.
Jerónimo de Sousa veio à Covilhã participar na sessão pública “Álvaro Cunhal e a luta dos trabalhadores” e deixou claro que o legado de Álvaro Cunhal é de “luta”, tal como o do partido.
“A luta dos trabalhadores e das suas organizações tem sido decisiva para defender muitas das conquistas da Revolução de Abril que subsistem na nossa realidade de hoje”, afirmou, vincando que “nada teria sido possível do que se conseguiu defender e conquistar sem a organização e sem o envolvimento da classe operária e sem a sua luta”.
Traçou um paralelismo com a atualidade em que há lutas ainda para travar. Jerónimo Sousa, descreve os “baixos salários, os horários selvagens, a precariedade, as condições de trabalho degradadas, a legislação laboral gravosa”, entre outros atropelos para afirmar que “o PCP recusa e combate a opção do PSD e CDS e dos seus sucedâneos a que o PS encosta”, que “agravam a exploração, degradam direitos e cortam ou puxam salários para baixo”.
“Aqui reafirmamos o compromisso de sempre do PCP, com os interesses de classe dos trabalhadores”, vincou ainda o dirigente, para afirmar que “como está comprovado esse é o caminho para defender e conquistar direitos, esse é o caminho do desenvolvimento do país”, referiu.
Sustentou que “a luta é a forma essencial de construir o país” para evidenciar que está “errado “quem queira contrapor a luta, o protesto e a indignação às soluções do país”, disse.
Razões para “apelar” e “saudar” a luta dos trabalhadores, jovens, pensionistas e reformados nas ações de luta marcadas para 20 de novembro. Uma luta que se exprime também nas urnas e por isso apelou ao voto na CDU nas eleições de 30 de janeiro “para dar mais força” a quem “assume as soluções e o projeto que o país precisa”.
Nesta evocação dos 108 anos de Álvaro Cunhal, que decorreu no Auditório Municipal da Covilhã com sala cheia, participou também Vítor Reis Silva, eleito do partido na Assembleia Municipal da Covilhã e membro da Organização Regional e Comité Central.
Reis Silva afirma que escolheram como tema da sessão “a luta dos trabalhadores” porque “a vida e obra de Álvaro Cunhal está intimidante ligada” a essa luta, sustentando que “é a classe operária que tem o papel decisivo e é a força motora da luta do povo português”.
Vladimiro Vale, da Direção Regional do PCP de Castelo Branco, recordou também a vida e obra de Álvaro Cunhal, que apelidou de “político revolucionário”, na luta pela liberdade, desenvolvimento e soberania. Frisou ainda o papel da luta dos trabalhadores para a criação do movimento sindical de classes, sustentando que a luta operários da Covilhã “beneficiou e contribuiu” para a sua criação, disse.
“Quando se luta nem sempre se ganha, mas quando não se luta perde-se sempre. Continuemos a nossa luta”, conclui Jerónimo Sousa, para de seguida os muitos presentes na sala entoarem o Hino do Partido, a Internacional e o Hino Nacional.