“A Inquisição no Teixoso – Lugar do Termo da Vila da Covilhã”, obra literária do covilhanense Luiz de Sá Pessoa, foi ontem, dia 30, apresentada no Salão Nobre dos Paços do Concelho.
O autor desta obra, em declarações à RCC, frisou que esta não é uma obra que procura acusar “quem matou ou condenou”, mas sim “relatar as vidas reais de pessoas que viveram ou nasceram no Teixoso”, e que foram presas pelo Santo Ofício.
Nesta obra estão presentes as histórias de cerca de 80 pessoas ligadas ao Teixoso, “que confessaram os seus erros” e depois tiveram de “recomeçar do zero”, revelou.
Para Luiz de Sá Pessoa o que importa é “conhecer o que se passou e a realidade dessas pessoas, “em vez de as esconder”, algo que acontece ao longo dos séculos.
Na apresentação do livro o autor referiu, ainda, que aquilo que trouxe para este livro foi uma “realidade passada entre nós e que nos pode ajudar a ser mais tolerantes com os outros”.
O presidente da Câmara Municipal da Covilhã, no seu discurso de abertura destacou que, apesar de estar uma tarde fria, do ponto de vista cultural e histórico, aquele era um momento “bem quente, pela mensagem e pela densidade e importância desta obra”.
Vítor Pereira destacou também a importância e o “impulso” que os judeus tiveram na Covilhã, frisando que “a Covilhã não seria o que é hoje, não fosse o espírito inventivo, criativo, inovador e o saber fazer dos judeus”.
Estiveram presentes também nesta sessão de lançamento do livro Maria José Ferro Tavares, Elisa Calado Pinheiro e Fernando Carvalho Rodrigues, que durante a sessão fizeram uma contextualização sobre a Inquisição e esta obra.
Esta é uma obra que “resgata do esquecimento” a memória das pessoas que sofreram nas mãos da Inquisição, foi por eles salientado ao longo da sessão de lançamento do livro.
O autor revelou ainda que é “muito importante” ser feita uma obra semelhante a esta para todo o concelho da Covilhã, que naquela altura era mais extenso.
O livro “A Inquisição no Teixoso – Lugar do Termo da Vila da Covilhã”, tem o custo de 20€ e está à venda no Museu da Covilhã ou através do e-mail do editor orfeulivraria@gmail.com.