Covilhã: Entre críticas a eventual troca de CIM oposição pede esclarecimentos a Vítor Pereira

Na reunião da Assembleia Municipal da Covilhã, de dia 29 de dezembro, Lino Torgal (PSD) e Vasco Lino (Covilhã Tem Força) criticaram a posição assumida por Vítor Pereira, presidente da Câmara Municipal da Covilhã, em outubro quando referiu que os municípios da Cova da Beira deveriam desagregar-se da Comunidade Intermunicipal das Beiras e Serra da Estrela (CIM BSE) para integrarem o território da CIM Beira Baixa (BB).

Lino Torgal defendeu que “só motivos muito fortes” poderiam sustentar a saída do concelho da Covilhã da CIM BSE, vincando esta decisão deveria “discutida e decidida por todos os órgãos políticos”, e, uma vez que tal não aconteceu, questiona como é possível apresentar esta solução.


Defende que o elo comum aos 15 territórios da CIM é a própria Serra da Estrela, “um território que nos diferencia de todos os outros”, disse, frisando que este é um “forte atrativo turístico”, ainda que “os objetivos da sua criação” estejam “aquém do que poderia ser o seu máximo”.

O eleito do PSD apelou à união. “Que tudo não tenha passado de um mero desabafo, um estranho estado de alma porque só assim se entende que tal possibilidade se tenha colocado em cima da mesa. Senhor presidente não divida para reinar, trabalhe e una esforços para realizar”, concluiu.

Vasco Lino, eleito da coligação “Covilhã tem força” (MPT, PPM, Aliança), afirma que a Cova da Beira tem “mais afinidade” com a Serra, também pela sua atividade económica. “Somos os serranos, orgulhosamente somos os lãzudos que sempre trabalharam a lã, tal como Manteigas, Seia, Gouveia, Guarda etc”, disse.

A eventual mudança tem que ser suportada em “fortes razões”, defendeu e desafiou Vítor Pereira a clarificar a sua posição para acabar com “rumores” que, por um lado, apontam para “razões geoestratégicas” e, por outro, a “afinidades territoriais” ou “políticas” para “reforçar a posição hegemónica do PS na CIM Beira Baixa, conduzindo o presidente da Câmara da Covilhã à sua presidência”, referiu.

Ainda que estas teorias “não possam ser acolhidas como sólidas”, disse Vasco Lino, considera que “uma alteração estrutural desta dimensão não pode ficar ensombrada por qualquer dúvida ou suspeita”, considerando de “capital importância” que Vítor Pereira clarifique as vantagens da saída, em contraponto com a permanência na CIM BSE.

Ao longo dos trabalhos da Assembleia Municipal também Nuno Reis (CDS) e Marco Gabriel (PCP) fizerem breves alusões ao tema. Nuno Reis considerou “estéril” esta discussão e Marco Gabriel frisou que haverá temas mais importantes que discutir, nesta altura, a que CIM se deve pertencer.