A Mepisurfaces está a plantar, na Mata Nacional da Covilhã, 2.500 sobreiros que vai cuidar durante 20 anos, destaca Vítor Carvalho, diretor industrial da empresa.
A ação é coordenada pelo ICNF, Instituto de Conservação da Natureza e Florestas, com o apoio da Câmara Municipal da Covilhã, e surge na sequência da “destruição” de 100 sobreiros que ocorreu para a instalação da nova unidade fabril da Mepisurfaces, no Parque Industrial do Tortosendo.
Vítor Carvalho explica que esta ação “vai muito além” do que a empresa estava obrigada. “Destruímos 100 sobreiros e vamos plantar e cuidar de cerca de 2.500”, defende o responsável, avançado que a empresa o faz com base na “preocupação ambiental que tem desde sempre”, e a prova disso “é que está nesta altura em processo de certificação”, destacou.
Nas ações de plantação, que decorrem ao longo de toda a semana, participam colaboradores da empresa, sendo que “no futuro” está previsto também o envolvimento dos filhos e de escolas do concelho, disse ainda à nossa reportagem o diretor industrial do grupo franco-suíço, frisando que “terão lugar mais ações como esta”.
A empresa compromete-se a tratar das árvores plantadas por um período de 20 anos, algo que está plasmado no acordo feito entre as três partes (Câmara, ICNF e empresa), que permitiu que o Governo desse a autorização para a destruição dos sobreiros no Tortosendo o que possibilitou a implantação da nova unidade fabril.
José Armando Serra dos Reis, vereador da Câmara Municipal da Covilhã com o pelouro do ambiente e florestas, explica que “o compromisso da empresa em defesa do ambiente” foi fundamental para conseguir essa autorização.
O vereador destaca ainda a importância dos 20 anos de acompanhamento da plantação realizada, que ocupa uma área de sensivelmente de 2,5 hectares na Mata Nacional, vincando que já no próximo ano “se procederá à retancha”, isto é, “a reposição das árvores que se percam”, e todos os anos se comprometem com o “acompanhamento necessário para que estas árvores não morram”, disse.
José Armando Serra dos Reis explica ainda que estes sobreiros estão a ser plantados em espaço contíguo ao “maior azinhal natural de Portugal”, vincando que este é mais “um passo para repor a Mata Nacional como a verdadeira floresta da Covilhã que os incêndios foram dizimando”, tendo em atenção que “estas espécies autóctones são mais resistentes ao fogo”, o que “nos deixa agradados”, refere.
Devolver à Covilhã a “Floresta” que existia antes dos incêndios é o objetivo destas ações, conclui o autarca.
A Mepisurfaces é uma empresa do grupo franco-suíço FM Industries Sycrillor, que trabalha com marcas de luxo como a Cartier, Tiffany, Montblanc, Louis Vuitton, Dior e Hermès. Tem fábricas na Suíça, França e Marrocos, viu o centro de produção de bijutaria na Covilhã ser inaugurado, em 2017, pelo primeiro-ministro António Costa. Trabalha para as principais marcas de luxo a nível mundial e atualmente emprega cerca de 200 trabalhadores, na unidade fabril no Parque Industrial do Canhoso, prevendo chegar aos 400 quando estiver a laborar também no Tortosendo.