Covilhã: Abstenção da oposição em revisão orçamental leva a acesa discussão na reunião pública da CMC

Na reunião pública da Câmara Municipal da Covilhã, na última sexta-feira, esteve em discussão a 2ª revisão orçamental modificativa e o ponto acabou por gerar acesa discussão entre a maioria socialista e a oposição, uma vez que os vereadores eleitos pela coligação “Juntos fazemos melhor” optaram pela abstenção, alegando falta de informação.

“Vamos optar pela abstenção porque apenas tivemos acesso ao mapa contabilístico e era difícil conseguir identificar estas alterações”, afirmou Ricardo Silva.  


Uma afirmação que indignou Vítor Pereira, presidente da CMC, que pediu que constasse na ata da reunião que “os senhores vereadores se abstêm em matérias tão relevantes e importantes para o desenvolvimento do concelho como estas que aqui falámos”, frisou o autarca.

Recordar que antes da votação os vereadores da oposição pediram esclarecimentos, e foi referido, que esta alteração foi anunciada por Vítor Pereira aquando da aprovação do Orçamento para 2022, que “estava condicionado pelas candidaturas submetidas ao Portugal 2020 e qua ainda não tinham sido aprovadas”, sendo que o município foi obrigado a orçamentar fundos próprios para a totalidade das verbas. Esta alteração visa libertar os fundos próprios para outras obras.

Explicações dadas primeiro por Júlio Costa, chefe de divisão financeira do município que sustentou que cerca de 900 mil euros dizem respeito ao apoio concedido para a obra de requalificação da avenida Frei Heitor Pinto e que serão canalisados para a requalificação da sede do Grupo Humanitário de Dadores de Sangue da Covilhã.

Para além desta alteração, será ainda aberta uma nova rubrica para enquadramento da candidatura de aquisição de um autocarro elétrico e uma outra para uma candidatura de financiamento de bairros digitais, para apoio à digitalização do comércio tradicional do centro urbano, explicou Vítor Pereira.

José Miguel Oliveira (PS) frisou ainda que para esta candidatura está já formado o consórcio entre a autarquia e a Associação Empresarial da Covilhã, Belmonte e Penamacor, mostrando-se convicto que “haverá argumentos para uma boa candidatura”.

Já na troca de argumentos entre a maioria e a oposição, depois da votação, Ricardo Silva (Juntos Fazemos Melhor), desafiou Vítor Pereira a mostrar a documentação enviada aos vereadores, ”para ver se consegue votar em algo que nós desconhecemos”. “Saudamos estas medidas mas temos que nos abster porque não conseguimos identificar nos mapas contabilísticos que nos enviou 1,2 milhões de euros que estão identificados e para que medidas são”, sublinhou.

“Eu no vosso lugar votava de olhos fechados” disse Vítor Pereira, considerando as justificações “música celestial”.

José Miguel Oliveira fez questão de ler a descrição dos mapas que identificam a “aquisição e manutenção de veículos elétricos, requalificação da Avenida Frei Heitor Pinto e Estrada do Sineiros e Bairros Digitais” frisando que “não se entende o que é o não se percebe”.

Uma troca de argumentos que não mudou o sentido de voto da oposição, que manteve a afirmação inicial de que “no mapa há determinadas rubricas que não conseguimos identificar para que é que elas se destinam”.

O ponto foi aprovado pela maioria. Vai estar em discussão e votação na reunião da Assembleia Municipal agendada para a próxima sexta-feira, a partir das 14:00.