Valorização dos Territórios Afetados pelas Indústrias Extrativas e Transformadoras em discussão na UBI

A Faculdade de Engenharia da Universidade da Beira Interior (UBI) recebeu esta terça-feira, dia 5 de abril, o Fórum de Valorização dos Territórios Afetados pelas Indústrias Extrativas e Transformadoras. O Fórum teve como entidades organizadoras a UBI, a Associação de Desenvolvimento Rural Estrela-Sul (ADERES) e os municípios da Covilhã, Fundão e Pampilhosa da Serra.

Durante a abertura do fórum, o presidente da Câmara Municipal do Fundão, Paulo Fernandes abordou as questões de dependência dos metais extraídos nas minas afirmando que é “necessário olhar para o mundo mineiro, principalmente no tempo em que vivemos, e percebermos aquilo que é a nossa necessidade e interdependência global relativamente a tantos metais, sobretudo quanto mais raros os metais, maior será essa dependência” dando destaque às minas da Panasqueira e aproveitou ainda para homenagear aqueles que trabalham direta ou indiretamente nas indústrias de extração mineira.


O presidente da Câmara Municipal da Covilhã, Vítor Pereira, fez ainda o reparo de que o Fórum não aborda apenas a temática das minas, mas também as indústrias transformadoras e que o Município da Covilhã possui uma “que está no nosso ADN e que a arqueologia industrial e histórica” é uma preocupação do município revelando, em primeira mão, que a autarquia está a desenvolver um projeto de recuperação da Ribeira da Carpinteira.

Na segunda plenária, integrada por Gonçalo Rocha, Presidente do Conselho de Administração da Empresa de Desenvolvimento Mineiro (EDM), Zélia Estevão, Vogal do Conselho de Administração da EDM e ainda por Maria Alexandra Carvalho, Diretora do Fundo Ambiental, foi abordada a importância de existirem professores universitários interessados em procurar soluções para a sustentabilidade e para o futuro nesta indústria através da reutilização de materiais, tema que foi discutido durante o fórum.

Gonçalo Rocha referiu ainda que, sendo representante de uma empresa grande no que toca ao setor mineiro é importante também estar “junto dos atores locais e procurar ser solução” apresentando disponibilidade e conhecimento intrínseco.

A sessão pautou-se pela forte preocupação em requalificar espaços naturais e edifícios afetados pelas indústrias extrativas tendo sido apresentado um vídeo por Zélia Estevão, Vogal do Conselho de Administração da Empresa de Desenvolvimento Mineiro (EDM), sob o lema de “Cuidamos do Passado, Desafiamos o Futuro”, onde expôs o processo de requalificação de 117 explorações mineiras, nas quais foi executada uma recuperação ambiental de cerca de 133 milhões de euros, mas afirmou não gostar de referir que as intervenções já se encontram concluídas porque “nada é estático e até a remediação ambiental é um processo dinâmico”, sendo que as explorações intervencionadas precisam de uma constante manutenção e cuidado.

O fórum teve ainda como temáticas o Fundo Ambiental e as fontes de investimento para a recuperação destas indústrias e ainda a apresentação de projetos como o W74-Terras de Volfrâmio que visa a preservação paisagística e de ecossistemas sob alçada de uma requalificação sustentável das explorações extrativas e transformadoras.