TriangulACÕES é o nome da escultura criada por Marzia Bruno, residente em Aveiro, para a Covilhã e que foi inaugurada no último sábado. Ao mesmo tempo, a obra que o artista residente no concelho da Covilhã, Fernando Aranda, fez para Estarreja e a que Mário Afonso de Estarreja criou para Aveiro, foram inauguradas nos respetivos territórios.
No projeto os artistas são “interpelados” a ver as paisagens e “criarem peças que se relacionam com o local em que vão ficar em definitivo”, explicou Regina Gouveia, vereadora com o pelouro da Cultura na Câmara Municipal da Covilhã.
“Os artistas são interpelados, desafiados, a olhar com o seu olhar de artistas as paisagens dos territórios e a criarem peças que vão ficar no local e que desta forma têm relação com ele próprio”, disse a autarca.
“Um diálogo e conhecimento dos diferentes territórios” que Regina Gouveia considerou “muito interessante”, destacando que “a Covilhã precisava de obras destas” que “têm a ver não só com escultura, mas também com design”, lembrando que a Covilhã é cidade Criativa da UNESCO e “faz falta ter obras como estas, que interpelam o público, com interpretações não tão óbvias”.
No caso da Covilhã a peça chama-se TriangulACÕES, e está relacionada com os “triângulos que a artista observou no centro histórico”, entre telhados, sombras e luz.
Na sua concessão predominam os triângulos em aço, que remetem para a trilogia entre as cidades e para a “criatividade” a que uma triangulação nos remete como por exemplo num jogo, explicou a artista, destacando que são 3 cidades, 3 lugares e os 3 artistas.
A peça, com “uma conceção simples e uma semântica ampla”, em algumas das estruturas de ferro incorpora “flor de carqueja e elementos do território, como terra e madeira” que recolheu no miradouro da Varanda das Carquejais, o que significa que “quando a peça viajar, leva a Covilhã”, disse Marzia Bruno, artista de ascendência italiana.
A obra tem 20 elementos que representam os 20 degraus da escadaria que lhe dá acesso. Remete também para o território, porque “vista de longe parece uma estrela”, explicou.
Estas são instalações artísticas resultantes da Open Call “Provocar a Paisagem”, no âmbito do projeto “Descobrir e Experienciar Novos Territórios”. Cada uma das peças foi instalada no respetivo município e, em breve, será realizada uma itinerância que juntará as 3 obras em cada um dos concelhos.
A itinerância inicia em Aveiro, no âmbito do Festival dos Canais, no dia 22 de julho. Estarão expostas na Covilhã a partir do dia 12 de agosto. Já em Estarreja, as obras serão dadas a conhecer no festival ESTAU – Estarreja Arte Urbana, que arranca a 10 de setembro.
Esta iniciativa surge no âmbito do projeto “Descobrir e Experienciar Novos Territórios: Estarreja/Aveiro/Covilhã”, uma candidatura à Programação Cultural em Rede, liderada pelo Município de Estarreja e financiada a 100% pelo Programa Operacional Regional do Centro 2020, tendo como parceiros os municípios de Aveiro e Covilhã.