Mestre Cargaleiro considera doutoramento “honoris causa” pela UBI prémio “máximo” que poderia receber

“Esta homenagem é o máximo que podia receber, felizmente que chegou”. Foi desta forma que Manuel Cargaleiro reagiu à atribuição do grau de doutor honoris causa pela UBI, outorga que decorreu esta tarde no grande auditório da Faculdade de Ciências da Saúde.

Natural da Beira Baixa, Vila Velha de Ródão, o Mestre Cargaleiro, de 95 anos, tem obra espalhada por todo o mundo, e mostrou-se satisfeito com esta homenagem.


“Este é um prémio único que esta universidade me deu”. Tem um significado “único por ser a universidade da minha terra, eu sou de cá, da Beira Baixa” disse no final aos jornalistas.

Recordou que teve uma vida “muito intensa”, no que fez e na relação com os seus colegas artistas. “Para mim é um prémio fantástico”, sublinhou.

Para a UBI, a atribuição deste doutoramento a Manuel Cargaleiro “fortalece” e “dá ânimo” à academia para enfrentar o futuro, sublinhou o reitor.

“A atribuição do doutoramento honoris causa a Manuel Cargaleiro encerra com brilhantismo este ano letivo na UBI. Honrar quem pelo seu percurso de vida e dimensão artística nos honra ao ingressar no nosso colégio de doutores fortalece-nos e dá-nos mais ânimo para enfrentar os desafios que se nos colocam no ano que se avizinha”, disse Mário Raposo.

Mário Raposo agradeceu ao Mestre Cargaleiro “ter aceitado o convite” para esta outorga, que foi votada por unanimidade “pelo Senado da UBI”, sublinhando que atribuir este grau “representa “uma individualidade ilustre pela sua personalidade, pela postura na vida, pela sua obra, saber e sabedoria e pela sua contribuição para a humanidade”.

Para o reitor, o doutoramento honoris causa “reconhece a honra do agraciado e proclama-o publicamente. Distingue com isso o agraciado e recebe dele a honra da aceitação”, frisou.

Edite Estrela, vice-presidente da Assembleia da República representou este órgão na cerimónia e mostrou-se, nas declarações aos jornalistas, feliz com esta homenagem a “um vulto enorme da cultura portuguesa, não apenas um grande ceramista e pintor, mas um inovador, com reconhecimento internacional merecido”, e o “reconhecimento da universidade da sua terra tem um significado ainda maior”, disse

O Secretário de Estado da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, Pedro Nuno Teixeira, elogiou o artista que considerou “um português do mundo”, frisando que na “sua obra esteve sempre Portugal, mesmo nos anos em que não viveu no país”. Para o governante “não somos nós que homenageamos o Mestre Cargaleiro, é ele que nos homenageia”, com este ato.