A associação cultural Amigos da Serra da Estrela (ASE) defendeu, na quarta-feira, dia 17, que é “urgente identificar as zonas de elevado risco de erosão e danos físicos e materiais”, na sequência do incêndio que lavrou durante mais de uma semana na região e terá afetado pelo menos um quarto do Parque Natural da Serra da Estrela (PNSE).
No entender da organização, “uma vez diagnosticadas as zonas de risco”, deve proceder-se “ao derrube de todas as árvores e arbustos queimados e fazer barreiras com o material lenhoso”, com o objetivo de “impedir o deslizamento do solo, potenciando, simultaneamente, uma maior retenção das águas”.
Em comunicado, a ASE explica que “é um processo que requer pessoas habilitadas ao abate de árvores, através de uma técnica florestal que faz o travamento das árvores nos troncos das mesmas, acompanhando a orografia do terreno”.
A associação frisou que esta intervenção “deve iniciar-se tão breve quanto possível, do topo para a base, salvo se as circunstâncias do local sugerirem outra ordem”, e que deve, desde já, começar a ser programada “a reflorestação das encostas, aproveitando toda a disponibilidade dos cidadãos para participar nas ações de plantação”.
“Não houve uma adequada avaliação dos riscos inerentes à dinâmica que o incêndio poderia tomar, no que diz respeito à sua fase inicial”, vinca a associação cultura, acrescentando que “agora importa que os mesmos sejam devidamente analisados, para que sejam evitados futuramente”.
“O que nos concerne, neste momento, é o que se pensa fazer perante as circunstâncias e minimizar ainda mais danos que possam ocorrer num futuro próximo, como é o caso das próximas chuvas de outono”, pode ler-se em comunicado.
“Importa que as entidades com responsabilidades nesta área, como o ICNF, Câmaras Municipais, baldios, Juntas de Freguesia, entre outros, reúnam e manifestem abertura ao apoio de que a nossa associação pode dar”, realçou a ASE, relembrando, ainda, a “experiência na organização de campanhas” e manifestando “total empenho” em colaborar com essas entidades.