A Liga dos Bombeiros Portugueses (LBP) defendeu, no passado sábado, a criação de uma comissão técnica de investigação ao incêndio que lavrou, durante uma semana, na Serra da Estrela e a elaboração de um relatório num prazo de dois meses.
Em comunicado, a LBP defende que a comissão técnica de investigação ao incêndio deve ser “constituída por peritos independentes representantes da sociedade civil” e propõe ainda que o presidente da comissão seja “escolhido pela unanimidade dos seus membros” e que na mesma estejam representadas as autarquias, bombeiros, peritos florestais e demais agentes envolvidos na prevenção e combate a incêndios florestais, assim como investigadores.
“A comissão deve avaliar o evento do ponto de vista técnico e operacional, ser multidisciplinar e ter acesso a todos os dados”, acrescenta a LBP.
O incêndio que deflagrou na Vila do Carvalho, no dia 6 de agosto, e se alastrou aos concelhos de Manteigas, Gouveia, Celorico da Beira e Guarda, foi dado como dominado na passada sexta-feira, mas “os trabalhos vão manter-se seguramente ao longo dos próximos dias para evitar qualquer reacendimento”, explicou à agência Lusa o comandante Pedro Araújo, da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC).
Segundo dados provisórios do Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF), o incêndio da Serra da Estrela é o mais extenso registado desde o de Pedrógão Grande, em 2017.
Fotografia de Nuno André Ferreira/LUSA