Covilhã: Câmara garante AEC’s até final do mês. Oposição fala em “desorganização” e “falta de rumo”

Vítor Pereira garantiu hoje que até final do mês, na grande maioria das escolas do primeiro ciclo do concelho, vão iniciar-se as Atividades de Enriquecimento Curricular, AEC. O autarca falava aos jornalistas no final da reunião de câmara desta sexta-feira, em que o assunto esteve em discussão, por iniciativa da oposição, que acusa a câmara de “desorganização, falta de rumo e de liderança” neste processo.

No habitual encontro com os jornalistas no final da reunião privada, Pedro Farromba, em nome da coligação “Juntos Fazemos Melhor”, frisou que a Câmara, desde 16 de maio (data em que soube que iria gerir este dossier) e até 7 de setembro, tentou que fosse uma escola privada a gerir estas atividades, “como não conseguiu protelou demasiado o prazo”, acusou, vincando que chegou à situação caricata de a Câmara por um anúncio no Facebook a tentar, desesperadamente, encontrar quem vá ministrar as AEC’s”.


Pedro Farromba estima que cerca de mil alunos do primeiro ciclo fiquem sem estas atividades na abertura das aulas, por “deficiência” na condução do processo que revela “ a falta de estratégia e desorganização a que a Câmara já nos vem habituando” e que agora toca também na educação, frisou.

“Não querendo antecipar problemas para os pais e para as crianças, mas é muito provável que no dia 16 estas atividades não estejam preparadas e a ser lecionadas” disse o vereador, vincando que essa situação irá deixar centenas e centenas de alunos, várias horas, aos cuidados de assistentes operacionais.

Pedro Farromba, lamenta que um assunto destes seja tratado com “falta de coordenação e de rumo e sem uma clara liderança do processo, como a Câmara já sabia que tinha que fazer deste 16 de maio deste ano”, disse.

Aos jornalistas o presidente da câmara afirma que o processo foi conduzido pela autarquia com toda a celeridade e cuidado possível. Avança que pediu informações à Direção Geral da Educação, em abril, sobre esta matéria e esta confirmou, a 16 de maio, que o município teria que assumir a gestão das atividades.

A 23 de maio convidou os diretores dos agrupamentos para falar sobre o dossier e começou a trabalhar. Solicitou esclarecimentos à tutela, nomeadamente sobre financiamento, que só foram recebidos a 29 de julho.

Considerando que esta era “uma emergência”, ponderaram qual seria a melhor estratégia e convidaram o Conservatório de Música para fazer um protocolo de colaboração.

Explica que em julho o Conservatório comunicou que não podia assumir esta responsabilidade e a 12 de agosto a câmara falou com os agrupamentos e com associações para levar a efeito as atividades. Afirma que foram alteradas as ofertas a 27 de agosto e, posteriormente, feita a comunicação aos agrupamentos para informar os pais.

Concorda que se trata de um processo “complicado”, vincando que já o era “quando os agrupamentos as geriam”, diz, afirmando que estas “começavam sempre, ou quase sempre, depois do início das aulas e com lacunas”. Afirma que a “Câmara foi contactada tardiamente e assumiu, corajosamente” esta gestão, e “vai melhorar o que já existia”.

O autarca compreende que haja “alguma preocupação” por ainda não estar tudo densificado, vincando que “até final do mês de setembro” as AEC’s estarão no terreno, estando a “esforçar-se para que o seu começo ocorra até ao início das aulas”. “O município tudo fez e está a fazer para que estas atividades funcionem com ofertas e recursos adequados”, frisa.