Os vereadores eleitos pela coligação “Juntos Fazemos Melhor” classificam de “lamentáveis” as declarações de José Armando Serra dos Reis sobre o incêndio na Serra da Estrela, vincando que estas são motivo para que se demita, ou para que o presidente lhe retire os pelouros.
O tema motivou acesa discussão na reunião privada da autarquia esta sexta-feira de manhã.
Em declarações aos jornalistas no final Pedro Farromba disse que “ouvimos declarações inqualificáveis do vice-presidente da CMC que considerou este incêndio como uma oportunidade, assumindo no absurdo das suas declarações que se podem “construir” animais ou plantas, como se de uma cidade se tratasse. Este é, claramente, mais um sinal do total desgoverno que continua na gestão do partido socialista na CMC”.
Pedro Farromba explicou que se refere às declarações de José Armando Serra dos Reis, numa conferência de imprensa, quando decorria o incêndio na Serra da Estrela.
Vinca que “estas lamentáveis declarações deviam levar a que o próprio se demitisse ou o presidente da Câmara lhe retirasse, de imediato, todos os pelouros e a respetiva confiança política, sob pena dos covilhanenses entenderem que o seu silêncio, a par da sua ausência nos primeiros dias do incêndio, se apresenta como sinal de absoluta conivência com as declarações do vice-presidente”.
Na declaração que leu aos jornalistas recorda que em julho, a seguir ao incêndio do Ferro, a coligação pediu uma reunião de emergência da autarquia e fez igual pedido em agosto e não obteve, em qualquer das situações, uma resposta, afirmando que se trata de “ausência de espírito democrático e de respeito por quem foi eleito pelos covilhanenses”, frisando que tal “vem apenas demonstrar o carácter absolutista com que é feita a atual gestão Camarária”.
Uma situação lamentável, disse o presidente da Câmara da Covilhã frisando que se trata de uma questão de “expressão e de interpretação”.
“Em momento algum percebi que o vice-presidente estaria a desvalorizar, ou a desconsiderar quem quer que fosse”, disse Vítor Pereira. “Muitas vezes as expressões não são as mais adequadas, mas não foi desconsiderar a dimensão da tragédia”, disse ainda o autarca.
“O que se quis dizer foi que, uma vez que, infelizmente se abateu sobre nós essa tragédia, vamos trabalhar para fazer melhor”, explica, afirmando que “é obvio que os incêndios de Londres ou Lisboa são realidades diferentes, mas tal como aí se conseguiu renascer das cinzas, também aqui temos que fazer melhor, mas sem minimizar o sofrimento e o que se perdeu”.
Para Vítor Pereira trata-se de um problema de expressão e de interpretação. “Eu conheço-o bem, é um homem bom, bem formado e a intenção nunca foi relativizar a catástrofe”.
Quanto ao pedido de demissão é um não assunto, “quiseram aqui criar um facto político, mas não existe”, concluiu o autarca.