Os grandes incêndios da Serra da Estrela consumiram 52% da área total do concelho de Manteigas. Os números foram avançados por Flávio Massano, presidente da Câmara Municipal, na última reunião pública da autarquia.
Vale de Amoreira e Sameiro foram as freguesias mais afetadas. Ali ardeu cerca de 95% da área total de cada uma destas freguesias, especificou o presidente, avançando que na freguesia de S. Pedro a área ardida chega aos 31% e na freguesia de Santa Maria a 33%. “Números negros e pesados que nos deixam a todos muito tristes”, disse o presidente.
“Aquela semana ficará para sempre guardada na minha memória como uma das piores semanas da minha vida”, referiu, afirmando que se viveu um sentimento de impotência perante a força das chamas, mas agora há um forte sentimento que impele a seguir em direção ao futuro.
Um futuro que deve passar pelo turismo. O autarca mostra-se convicto que nesta matéria a tutela irá, tal como tem referido, reforçar as campanhas para promoção do território.
Uma reivindicação também feita pela oposição na reunião de Câmara, afirmando que está na hora de a autarquia apostar nesse dossier, considerando que Manteigas, “felizmente, ainda ficou com muito para visitar e muita coisa bonita para ver”.
No balanço do que tem sido feito no pós-incêndio, Flávio Massano destaca que as reuniões com o Governo “têm corrido bem”, frisando que no seu entender se deve “passar das palavras aos atos”. “Esperamos que o Governo não se esqueça do que aqui se passou”, disse.
Ressalva que não há ainda “resultados palpáveis” das medidas reivindicadas pelos autarcas, mas “estamos a dar passos”, assegura, dando o exemplo dos relatórios com os levantamentos dos danos que todas as autarquias já entregaram. “Acredito que se está no bom caminho”, disse.
Questionado pelos vereadores da oposição sobre a estratégia de combate ao incêndio, que mereceu da parte do presidente duras críticas durante o combate, o autarca refere que “este não é o local nem o momento para falar sobre o tema”, garantindo, no entanto, que nos locais próprios, ele e outros autarcas continuam a reivindicar o “estudo independente” prometido pelo Governo sobre o que se passou nos vários momentos deste incêndio.