Autarcas, políticos e empresários apoiam luta da Plataforma pela abolição de portagens

Vários autarcas, entre eles o vice-presidente da Câmara Municipal da Covilhã, José Armando Serra dos Reis, e o presidente da Câmara Municipal de Pinhel, Rui Ventura, assim como vários dirigentes partidários e inúmeros empresários marcaram presença no Fórum de Participação Cívica promovido pela Plataforma P’la Reposição das SCUT no Interior.

A iniciativa pretende “demonstrar a indignação perante a falta de coragem política em terminar com este imposto na A23, A24 e A25”, começou por frisar Luís Veiga, que moderou a sessão.


O vice-presidente da CMC, Serra dos Reis, mostrou a “solidariedade” da autarquia para com as ações da plataforma, afirmando que esta é uma matéria em que o executivo e os vários órgãos municipais estão empenhados, tendo já aprovado diversos documentos, por unanimidade, em que a abolição das portagens é reclamada.

“Têm a nossa total solidariedade para reivindicar aquilo que todos queremos exigir. Que de uma vez por todas, as postagens sejam significativamente reduzidas e que no mais curto espaço de tempo sejam gratuitas, essa é uma luta em que contam com a nossa solidariedade”, disse

Serra dos Reis aproveitou a ocasião, também, para relembrar a importância da conclusão do IC6 que considerou “fundamental para as ligações no interior”.

Rui Ventura, presidente da Câmara Municipal de Pinhel, para além de sublinhar as questões económicas como razão para a abolição das portagens nestas vias, falou do abandono do território a que estas levaram.

Lembrou todos os que “são obrigados a sair” e que, contrariamente ao que acontecia no passado, não regressam todos os fins de semana devido ao custo, o que leva a um “abandono social”, em especial dos mais idosos.

“Aquilo que muitas vezes não olhamos é o abandono do território, dos filhos da terra que vão para outros locais, que deixaram de vir todas as semanas, o que fez com que os seus pais e avós abandonassem a pequena horta, porque deixaram de se vir cá abastecer, o que tem um impacto social na vida das pessoas. Há um abandono social, dos filhos e dos netos, que deixam de os acompanhar, fruto do custo que passaram a ter com a deslocação”.

Um apoio de autarcas que foi sublinhado pelos representantes da Plataforma que apelaram a que outros se juntem de “forma presencial” nas ações, para “motivarem os seus munícipes”.

Entre os empresários na sala António Ezequiel, empresário no ramo da distribuição alimentar da Covilhã, não tem dúvidas que se está perante uma “dupla tributação”, explicando que os produtores agrícolas são obrigados a colocar os seus produtos nos entrepostos do Porto e Lisboa e depois têm que regressar às unidades de distribuição local. Realça que a sua empresa “paga mais de portagens que de IRC”.

O presidente da Associação Comercial e Industrial do Concelho do Fundão, Carlos São Martinho, também classificou as portagens como um “imposto” e um “calvário”.

Recordar que no final deste fórum foi aprovada uma deliberação, por unanimidade, que volta a exigir a suspensão imediata dos pagamentos e a abolição das portagens, inscrita já no Orçamento do Estado para 2023.

Argumentos que os representantes da Plataforma apresentam hoje ao Governo, em reuniões que decorrem no Ministério das Infraestruturas.