Vítor Pereira, presidente da Câmara Municipal da Covilhã defende que é preciso mudar “o modelo de governação” do Parque Natural da Serra da Estrela, afirmando que que não pode estar entregue “a uma única instituição”.
O autarca falava na sessão de abertura da “Missão Natureza 22”, na UBI, e vincou que “é fundamental” que se “olhe para o PNSE de uma forma diferente, que não fique entregue a uma única entidade”.
“Por mais boa vontade, generosidade, saber e experiência que tenha o Instituto de Conservação da Natureza e Florestas, ICNF, e tem-na, precisa de outros parceiros que olhem para o território de forma diferente”, disse, explicando que o “diferente” é “no sentido de querer melhorar as condições existentes, o que não significa abandonar as boas práticas”. “Mudar o modelo de governança, onde o ICNF tem que ter uma palavra fundamental”, mas, acrescenta, “as câmaras municipais, os baldios, entre outras entidades públicas que se deva entender envolver-se nesta gestão, são fundamentais para que o território seja bem gerido”, disse.
Presente na sessão, Nuno Banza, presidente do Conselho Diretivo do ICNF, questionado sobre esta matéria, destaca que o atual modelo de gestão “permite partilhar recursos”, frisando que “as pessoas que trabalham na conservação da natureza, nas floresta, na prevenção de incêndio, que mesmo trabalhando fora do Instituto são suportadas financeiramente por este, como as brigadas de sapadores florestais, os gabinetes técnico florestais das câmara municipais e que estão disponíveis para intervir”, concluindo que “o facto de não haver uma estrutura especificamente dedicada ao PNSE não significa que haja menos recursos”.
Sobre a intervenção de Vítor Pereira, Nuno Banza considera que “há necessidade de adaptação do PNSE á realidade”, em especial no ordenamento, frisando que “assenta em modelos com alguns anos, um trabalho que está a ser feito na comissão de cogestão, uma plataforma que pode responder às necessidades”, disse
Explica que é mais fácil falar hoje em dia com os autarcas que têm uma visão diferente, algo que não acontecia há alguns anos. “Contrariamente ao que acontecia no passado, os autarcas não defendem a ocupação urbana indiscriminada do seu território, querem a diferença pela qualidade ambiental, são parceiros diferentes. Defendem concentrações urbanas e não habitação espalhada pelo território, que representa um risco para as pessoas e um impacto negativo no ambiente. Estamos todos numa realidade diferente”, disse