O Instituto da Conservação da Natureza e Florestas, ICNF, está a preparar as ações a incluir no próximo Quadro Comunitário de Apoio e “pretende ouvir as instituições sobre as suas pretensões e preocupações”, disse Nuno Banza, presidente do conselho diretivo do instituto, à margem da reunião que decorreu na Covilhã.
O diretor explica que a “Missão Natureza 22 é um desafio lançado à sociedade portuguesa”, porque se considera que “qualquer decisão que possa ser tomada pela administração tem que ser necessária, por um lado, e corresponder ao que são os sentimentos das pessoas, por outro”, explicando que por isso criaram esta Missão, como forma de participação da sociedade civil.
Nuno Banza explica ainda que, “face à ocorrência absolutamente dramática como foi o incêndio de agosto, faz todo o sentido que as questões do restauro dos habitats e da reposição e manutenção do valor natural fossem discutidas aqui”, vincou.
Sobre as medidas já publicadas para o pós-incêndio o responsável não esconde que “a Serra tem pela frente um desafio difícil, que assenta na dificuldade de restabelecer o potencial natural ao mesmo tempo que se protegem as pessoas e os ecossistemas que sobreviveram ao incêndio”, disse.
“É um desafio para décadas, para aproveitar uma circunstância que não é boa, em prol de um futuro melhor”, para “tornar o território mais resiliente, mais capaz de reagir à nova realidade, não só aos incêndios, mas a situações de seca severa e altas temperaturas”, explicou, vincando que se pretende criar condições para “um futuro mais promissor e mais protetor” da Serra da Estrela e das suas gentes.