Na apresentação da reedição do livro “Café Montalto”, o covilhanense Manuel da Silva Ramos, escritor da obra, revelou que considera esta nova edição como “a edição definitiva”, admitindo que sempre quis fazer um livro sobre a sua cidade.
“Dos 30 livros que escrevi, o Café Montalto é o que me é mais caro”, salientou o escritor, admitindo que o mais difícil foi “a despedida das personagens principais”.
Durante a sua intervenção, Manuel da Silva Ramos deixou um agradecimento à CISMA – Associação Cultural, salientando que é “uma associação jovem imprescindível na cidade”.
À semelhança do escritor da obra, também Fernando Paulouro, escritor e jornalista, destacou a CISMA como uma “associação jovem”, algo que “é um acontecimento “singular” e que “resulta na afirmação das cidades”.
“Na afirmação das cidades, a ação cultural é um fenómeno absolutamente insubstituível e decisivo”, afirmou Fernando Paulouro, destacando “a possibilidade de oferecer uma vivência cultural e estimular a leitura”.
Durante o sei discurso, Fernando Paulouro sublinhou que “este é um livro é sobre a luta de classes e o quotidiano de uma cidade, que tem como movimento distintivo o movimento operário”.
“Espantoso” foi o adjetivo escolhido pelo escritor convidado para descrever a obra, realçando que a mesma “convoca à memória das cidades”.
Este livro é uma “factoficção” que retrata a Covilhã nas vésperas e no pós 25 de abril, “mostrando as ambiguidades de uma cidade onde viviam em confronto o fascismo e a luta subterrânea pela sobrevivência, a ostentação e a miséria, o corporativismo e o combate pela dignidade”.
Com a presença do autor, Manuel da Silva Ramos, a apresentação ficou a cargo de Fernando Paulouro.
A sessão teve lugar ontem, dia 16, no Teatro Municipal da Covilhã.