O grupo “Os mesmos de sempre a pagar” realizou hoje, entre as 11 e as 12:00, um protesto contra a “especulação que deixa o povo sem habitação”, realçava o lema do protesto que, propositadamente, foi realizado frente a uma instituição bancária.
Irina Simões, porta-voz do grupo, disse aos jornalistas que “não foi inocente a escolha do local”, uma vez que também os bancos contribuem para as dificuldades em pagar a habitação.
“Não foi inocente porque esta situação tem a ver não só com a especulação imobiliária, mas também com o crédito à habitação. Tem havido aumentos desmesurados”, disse, relatando casos que subiram de 500 para 800 euros “o que é incomportável”, frisando que tudo isto tem a ver com “as indicações bancárias e os juros”.
Irina Simões não tem dúvidas que na região, um dos grandes problemas é a especulação no ramo imobiliário, quer na compra de casa quer nas rendas “que são demasiado altas para o nível de vida”. “A especulação sempre existiu, mas agora muito mais”, disse.
Detalha que, neste momento, para a população em geral, face aos aumentos generalizados, “é muito difícil fazer face aos compromissos assumidos” e mesmo as “negociações de créditos são muito difíceis”.
No caso concreto da Covilhã, defende a criação de mais imóveis com rendas a custos acessíveis, direcionados para as famílias, algo que também escasseia, uma vez que as recuperações feitas, por exemplo no centro histórico, são na sua maioria para estudantes.
“Se verificarmos no centro histórico vivem alguns estudantes e idosos. Casais novos com crianças, que era importante que ali se fixassem não existem”, sublinhou.