CMC: Gestão de Vítor Pereira diminuiu mais de 100 milhões ao passivo em 9 anos

O passivo na Câmara Municipal da Covilhã, desde 2013, diminuiu em mais de 100 milhões de euros, destacou hoje o presidente da câmara, no habitual encontro com os jornalistas, após a reunião extraordinária do executivo em que o relatório de gestão referente a 2022 foi aprovado, com a abstenção da oposição.

Em 2013 o passivo era 140 milhões de euros, no final de 2022 era de cerca de 38 milhões, detalhou Vítor Pereira. No ano passado o passivo diminuiu 3,6 milhões, destacou ainda o autarca.


“Contas certas”. “Contas que espelham o bom desempenho económico e financeiro a todos os níveis”. Foi desta forma que o presidente apresentou os números que constam no documento.

Em detalhe destaca os mais de 5,6 milhões de euros que no último ano foram transferidos, em subsídios, para as Juntas de Freguesia, associações e para apoio às famílias. “Nunca houve tanta transferência nestas matérias, que resulta de uma clara aposta no apoio por parte do município que só é possível em resultado de uma consolidação financeira e de uma atenção especial aos que mais precisam”, afirmou.

Vítor Pereira destaca ainda o bom desempenho da sua gestão no que toca aos capitais próprios, diferença entre o ativo e o passivo, vincando que neste caso aumentou, em 9 anos, em cerca de 136 milhões de euros.

“Dizem que o município da Covilhã está mais pobre”, citou Vítor Pereira, ironizando que “a oposição faz o seu papel”, “mas verdade é que analisando os capitais próprios, vemos que em 2013 eram de 186 milhões e hoje são de 322 milhões”, explicou o autarca.

Vítor Pereira faz questão de realçar que a autarquia “tem capacidade para efetuar pagamento imediato aos fornecedores”, realçando que o prazo médio de pagamento é de 2 dias.

Um resultado de contas que é “praticamente uma quadratura do círculo”, vinca.

Concluiu que, “apesar da conjuntura que se vive, no pós-pandemia e com efeitos da guerra, o município consegue apoiar as juntas, as famílias e as instituições, diminuir o passivo e aumentar os capitais próprios, é quase a quadratura do círculo”, disse.

Resultados conseguidos sem ter recorrido a novos empréstimos bancários, destacou ainda o presidente, que se mostra satisfeito com a taxa de execução da despesa prevista que superou os 70,5%. “Queríamos ter feito tudo o que o concelho precisa, mas isso não conseguimos, nem nunca ninguém consegue”, disse.

Com um resultado líquido positivo de 11,7 milhões de euros, Vítor Pereira explica que esta verba será canalisada para os capitais próprios para as candidaturas a fundos europeus e para obras nas freguesias, salientando que na reunião de hoje foi aprovada uma revisão ao orçamento de 2023, precisamente com essa finalidade.

Uma gestão que a oposição critica e que mereceu a abstenção na votação.

Pedro Farromba, aos jornalistas, destaca no lado da receita o aumento das verbas recebidas através da derrama e da venda de bens de investimento, vincando que neste caso foi quase o dobro do previsto, explicando que tal se deve, “maioritariamente, à alienação de terrenos ao lado do Data Center para habitação, subjugando o projeto inicial de promover esse espaço para instalação de empresas, já que se tem percebido ao longo dos mandatos a total inércia desta gestão camarária na promoção da cidade para instalação de empresas”, disse

A coligação “Juntos Fazemos Melhor” detalha ainda que do lado da despesa a rubrica investimentos fica a baixo dos 50%, com várias obras a ficarem com execução de 0%, concluindo que “câmara anuncia obras e depois não as faz”, disse.

“A rubrica de investimentos fica a menos 50% do que estava previsto, ficando mesmo 4,4 milhões abaixo de 2021. O que quer dizer que esta gestão camararia não executou as obras previstas nomeadamente, e entre outras, a requalificação da escola da Lã e a Neve e da Campos Melo, o pavilhão municipal da Covilhã ou os passeios entre a rotunda da zona industrial do Tortosendo e a rotunda do TCT, todos com execução 0%, ou mesmo as intervenções nos parques infantis que tiveram uma execução de 13%”, detalhou

Pedro Farromba acusa ainda a maioria socialista de fechar o exercício com um saldo orçamental de mais de 11 milhões de euros, o que denota que “poderia ter feito as obras que orçamentou e não fez” o que prova “uma clara ineficiência de gestão”.

“Esta é uma câmara que cobra aos covilhanenses, mas, com esse dinheiro, não melhora a sua vida”, disse ainda o vereador, concluindo que o propósito é “tentar arrastar as obras urgentes e necessárias para o final do mandato, numa clara gestão eleitoralista, pondo a nu toda a guerra de sucessão interna que existe no PS da Covilhã”.

Os documentos, aprovados por maioria, serão agora analisados e votados na reunião da Assembleia Municipal da Covilhã que deve ocorrer em abril.