“Ano após ano vale a pena falar sobre 1974. A revolução foi tão importante que há sempre mais a recordar”, começou por relembrar o presidente da Assembleia Municipal da Covilhã, João Casteleiro, durante a sua intervenção na sessão solene comemorativa dos 49 anos da revolução.
Mas, em dia de “celebrar a liberdade” é preciso alertar para os seus atropelos, disse João Casteleiro, chamando a atenção para “os totalitarismos absurdos que espreitam”. “Cabe a cada um de nós defender a democracia”, vincou.
“No dia em que se celebra a liberdade, que tanto custou a conquistar, não posso deixar de fazer uma chamada de atenção. Sabemos que os totalitarismos absurdos espreitam, tal como nos tem ensinado a história, quando as populações vivem inseguras, sujeitas a noticias catastróficas, de políticos de palcos efémeros ou ditaduras perenes que se impõem pela força e pelo medo. Mais do que nunca vivemos num tempo em que a esperança tem de ser cultivada porque só assim será realidade. Cabe a todos nós defender a democracia, sermos ativos e intervenientes”, disse
Escolheu, no seu discurso, partilhar memórias do que viveu e do que se vivia. Falou da descolonização, da democracia exercida em eleições livres, do desenvolvimento, um “objetivo que nunca estará completo”, disse.
Como presidente da Assembleia Municipal, órgão máximo da democracia local, agradeceu o respeito, tolerância e compromisso com a qualidade de vida das populações de todos os eleitos. “Isto é viver em democracia”, sublinhou,
No “dia mítico em que a liberdade passa por aqui”, João Casteleiro, elogiou o que a Covilhã já conquistou.
Não só é cidade neve, “mas também industrial, universitária, criativa, da rede UNESCO, capital da arte urbana, cidade do conhecimento, da cultura, da tecnologia e da inovação que todos fomos construindo nestes anos, um produto de todos nós”, sublinhou, agradecendo a todos os que abraçam a causa pública, e que contribuem para esta Covilhã.
“Sublinho e reitero o meu profundo agradecimento a todos os que, em detrimento da sua vida pessoal, abraçam a causa pública, quer no âmbito da assembleia, quer na autarquia ou nas juntas de freguesia, que tão sabiamente têm auscultado as necessidades das populações, lutando pelo seu bem-estar, pela preservação da sua riqueza cultural, costumes e tradições, porque é neste direito à diferença que assenta a diversidade de culturas ancestrais que fazem a nossa história e a nossa identidade”.
A terminar, relembrou as guerras que não podem permitir que deixemos de acreditar no sentido da vida. “Temos que acreditar que esta crise vai ser o recomeço de uma nova organização social, cultural e económica”.
Teve ainda tempo para sublinhar a forma como funciona a Assembleia Municipal da Covilhã, o palco de eleição da democracia, onde todos interagem com respeito pela liberdade.