25 Abril: Vítor Pereira reclama abolição de portagens e IC6 como “rodovia verde”

Além do recordar da história, do que era o país e o poder local antes de 1974 e o que é agora, destacam-se na intervenção de Vítor Pereira, presidente da Câmara Municipal da Covilhã, durante a sessão solene da Assembleia Municipal, o reclamar da abolição das portagens na A23 e a urgência na concretização do IC6, apresentando-o como “rodovia verde”.

Elogiando a mobilidade no espaço urbano na Covilhã, lamentou, a nível regional, o peso das portagens para a população da Beira Interior.


“Embora no que respeita à Covilhã estejamos a fazer tudo o que nos cumpre, não posso deixar de lamentar, em termos de mobilidade à escala regional, o que continua a ser um fardo muito pesado para a população da Beira Interior. Refiro-me ao facto de as pesadas portagens na A23 terem duplicado o custo da mobilidade de, e para as beiras.  O que isto representa para a economia da região foi, e é, tremendo. É preciso uma grande insensibilidade dos poderes centrais para, comparativamente, não o reconhecer”, disse o autarca.

Frisa que “esta é uma das coisas que queria reverter e não consegui”, disse, prometendo “não baixar os braços”.

Sublinhou ainda que é uma evidência continuar a lutar pelo IC6, que poderá ser concretizado como uma rodovia verde.

“É certo que a orografia acidentada de alguns troços não nos ajuda, mas há uma oportunidade, para, em conjunto com outros municípios serranos, e tem de ser assim, juntos, e não com iniciativas desgarradas e quixotescas votadas ao fracasso, apresentarmos uma iniciativa sustentável de rodovia verde. Podemos e devemos apresentar, na vertente sul do Parque Natural da Serra da Estrela, um projeto piloto, exemplar, em circulação verde, com zero emissões de carbono, com um abastecimento elétrico e com aproveitamento do que se perspetiva como combustível do futuro, o hidrogénio verde”, disse.

Frisou ainda que continuará a reclamar melhores ligações ferroviárias na região, a diminuição do tempo de ligação a Lisboa e o metro de superfície entre a Covilhã e o Fundão, vincando que é objetivo que este esteja operacional até final do ano.

Uma intervenção em que não faltou um balanço da sua gestão na Câmara, mostrando “legitimo orgulho” pelos bons resultados financeiros obtidos. Uma opção “política de contas certas”, sublinhou.  

Recordou que com a gestão socialista reduziu 102 milhões de euros ao passivo. “É obra”, reconheceu, afirmando que “aproveitou até ao tutano os fundos comunitários”, algo que os “covilhanenses reconheceram, repetidamente, nas urnas”, sublinhou.

Apesar da atual conjuntura adversa, em 2022, apoiou-se como nunca as famílias, as freguesias, as instituições, as empresas, reduziu-se o passivo e aumentaram-se os capitais próprios, descreveu. “Crescemos em meios para exercitar a nossa liberdade”, detalhou.

Nesta área fez mesmo um paralelismo com os Capitães de Abril. “Já os Capitães de Abril, com Salgueiro Maia à cabeça, sabiam muito bem que a liberdade política implicava, e implica sempre, responsabilidade. Sabiam gerir bem os parcos recursos militares de que dispunham, para fazerem, com pouco, mais do que outros com muito. De outra maneira a liberdade não passaria de pura fanfarronice e de irresponsabilidade política”.

O autarca passou em revista as obras realizadas e as anunciadas recentemente para todo o concelho, só possíveis graças ao bom desempenho financeiro de 2022, voltou a salientar, frisando que em 2023, há apoios extraordinários para IPSS e famílias, vincando que continuará com passos certos, “nem maiores do que a perna, nem menores do que se poderia dar”.

Reconheceu que nem tudo correu bem na sua governação, vincando que “urge prosseguir de forma mais célere a requalificação do espaço público, das rodovias, praças, pracetas e alguns jardins”. Salientou as parcerias a incrementar cada vez mais com a UBI para o “desenho da cidade”.