CHUCB aposta em Ultrassonografia Poin-of-Care para eliminar dor nas articulações

Com o objetivo contínuo de aperfeiçoar a prática clínica, com recurso a meios “cada vez mais avançados e menos invasivos”, o Serviço de Ortopedia do Centro Hospitalar Universitário Cova da Beira (CHUCB) convidou, no passado dia 14 de março, Simão Serrano, médico fisiatra, especialista na área da dor crónica, do Hospital de Tomar – CHMT, para participar em intervenções dos ortopedistas do CHUCB, Cláudia Santos e Diogo Pascoal, as quais tinham por base a “ablação neurológica da dor em articulações, através de técnicas de Ultrassonografia Point-of-care (POCUS), mais especificamente neurossonografia”.

De acordo com a unidade hospitalar, a iniciativa “veio contribuir para que os cirurgiões ortopédicos possam fazer abordagens ecográficas ainda mais precisas, em torno de estruturas anatómicas mais exíguas e pormenorizadas, minimizando riscos para os doentes e proporcionando-lhes uma melhor qualidade de vida”, pode ler-se em nota de imprensa.


Simão Serrano considera que “é hoje possível eliminar a dor de uma articulação, por exemplo, de um punho, ombro, joelho ou anca, localizando, através da ecografia, os nervos periféricos, isto é, os nervos que levam a informação da dor ao cérebro, inutilizando-os por radiofrequência térmica ou crioablação, o que permite atuar apenas na dessensibilização da dor, sem interferir com a função sensitiva ou motora do doente”.

Após este tratamento não existe qualquer limitação de movimentos ou restrição de atividades.

Segundo Cláudia Santos, nas intervenções por ela conduzidas, foi feita uma “abordagem do punho e mão, com recurso a este meio, nomeadamente, bloqueios de nervos periféricos, suplementações de túneis cárpicos e suplementações articulares, inclusive da articulação do polegar (rizartrose), uma doença muito frequente na população”.

Em última nota, o CHUCB salienta ainda que a melhoria dos resultados finais, proporcionada por estas técnicas, “representa uma solução para muitos doentes, que, por algum motivo, não têm indicação ou condições para se submeterem a uma cirurgia mais complexa e desta forma conseguem eliminar a dor, preservando a mobilidade e a sensibilidade”.