Incêndio na Serra da Estrela permitiu retirar “três ou quatro lições” já incorporadas no DECIR 2023

O ministro da Administração Interna, José Luís Carneiro, afirmou hoje que o relatório sobre o incêndio na Serra da Estrela permitiu retirar “três ou quatro lições” que estão já incorporadas no Dispositivo Especial de Combate a Incêndios Rurais (DECIR 2023), avança a agência Lusa.

Segundo José Luís Carneiro, que participou hoje, em Manteigas, na sessão pública de apresentação do Dispositivo Especial de Combate a Incêndios Rurais (DECIR 2023), uma das situações está relacionada com a criação, nos Comandos Regionais, de “equipas multifacetadas”, com a participação das diversas entidades em cada uma das Comissões de Coordenação e Desenvolvimento Regional, para que, “quando o incêndio ultrapasse um determinado nível de complexidade, haja competências técnicas capazes de estudar as melhores metodologias de abordagem”.


A segunda, considerada “muito importante”, tem a ver com a dificuldade na deslocação de meios para o terreno, com o ministro a referir que haverá “uma participação mais intensa do Instituto de Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF) e da Força Especial da Proteção Civil, que mobilizarão meios e alargarão recursos humanos para que consigam entrar mais na floresta, mantendo a proteção das pessoas e dos seus bens”.

O ministro adiantou como terceira dimensão do dispositivo a capacitação de quem opera os meios aéreos (helicópteros), estando prevista formação para “evitar repetição de circunstâncias”, como aquela que é descrita no relatório do fogo que atingiu o Parque Natural da Serra da Estrela (PNSE).

José Luís Carneiro apontou uma quarta dimensão, focada na capacitação para a complexidade que os incêndios estão a revelar atualmente por força das condições climatéricas”, com o DECIR a prever “mais 5.400 elementos que recebam formação específica e de maior complexidade da parte da Escola Superior de Bombeiros”.

Sobre o DECIR 2023, o ministro da Administração Interna referiu que, no período de maior empenhamento, entre 1 de julho e 30 de setembro, o dispositivo integra 13.891 elementos, 3.084 equipas e 2.990 veículos, o que “significa mais elementos disponíveis para a preparação para combate, mais a viaturas e mais equipas”.

Em relação aos meios aéreos, referiu que estão 72 em perspetiva. Estão dez em permanência e decorrem concursos para o seu reforço no período mais crítico.

“Este é, como aliás já referimos, o DECIR com mais meios de sempre. Com a maior dotação financeira e que remunera mais e dá mais e melhores condições a quem no terreno defende as pessoas e o seu património”, disse José Luís Carneiro.

Segundo o governante, o dispositivo “incorpora já uma dezena de propostas formuladas pelos peritos que analisaram os incêndios de 2022 no quadro do processo de lições aprendidas”.

Entre outros aspetos, disse o ministro, o DECIR também implementa o Plano Operacional Integrado para a Serra da Estrela, reforça a capacidade de coordenação aérea com mais dois helicópteros disponibilizados pela Força Aérea.