A assinatura de um protocolo com a Câmara Municipal da Covilhã, a homenagem entidades e particulares pelo seu trabalho em prol da vila e da freguesia e a apresentação do livro de Paulo Jerónimo “Boidobra – Factos e acontecimentos esquecidos”, marcaram a cerimónia protocolar de celebração dos 30 da Boidobra enquanto vila.
A cerimónia decorreu está tarde e serviu, também, de arranque para as “festas da vila” que irão decorrer, de uma forma mais lúdica, no próximo fim de semana.
O protocolo com a CMC prevê a requalificação da sede da junta de freguesia e foi rubricado por Marco Gabriel, presidente da junta e por José Armando Serra dos Reis, vice-presidente da Câmara Municipal da Covilhã.
Marco Gabriel considera que este era um objetivo que “já há muito tempo era perseguido”. Avançou que “o projeto já estava pronto, mas a junta não tinha verba” e por isso só agora é possível avançar, já que a autarquia se mostrou disponível para o financiar
“As juntas de freguesia muitas vezes têm competências para as quais não têm verbas suficientes, e neste caso, para além de pedir apoio às entidades nacionais, que foi recusado, tivemos que ir bater à porta da Câmara Municipal da Covilhã, para financiar uma competência que é nossa, autarquia aceitou, foi sensível”, disse.
Depois de um primeiro protocolo de 35 mil euros, foi agora rubricado um adicional de 81 mil que permitirá fazer a requalificação, nomeadamente, “um melhor auditório, uma entrada mais digna, uma galeria de exposições, serviços administrativos em consonância com os dias de hoje, bem como melhorar as condições para os outros serviços, como posto de saúde e de enfermagem e outras salas de apoio”, detalhou Marco Gabriel, vincando que desta forma a freguesia será mais moderna.
Marco Gabriel agradeceu “a sensibilidade da autarquia” para avançar com este financiamento, mostrando-se convicto que “no próximo ano estas celebrações irão decorrer num espaço renovado.
José Armando Serra dos Reis, vice-presidente da CMC, na sua intervenção realçou que se trata de um investimento de 116 mil euros que vêm dignificar a sede da junta e dar melhores condições aos seus trabalhadores, mostrando-se convicto que com a competência de Marco Gabriel o resultado final será dignificante da Junta de Freguesia.
Recordou, a este propósito, o regulamento de apoio às freguesias, criado pela CMC, que permite que as juntas não andem “de chapéu na mão, constantemente a pedir à Câmara Municipal como acontecia no seu tempo de autarca”.
“Publicámos e criámos o regulamento de apoio às juntas, e estas deixam de andar de chapéu na mão, eu também fui autarca e conheço bem essa realidade. O presidente quando se levantava e deitava nunca tinham um tostão na sua conta. O regulamento de apoio, prova que se apoia em igualdade, independentemente da cor política. Eu conheci bem o tempo em que isso não acontecia. Durante 16 anos de presidente fui discriminado por ter a cor política que o Sr. hoje tem”, sublinhou.
Realçou ainda que o protocolo é fruto, também, da reivindicação de Marco Gabriel em prol da sua freguesia.
No segundo momento das celebrações foram feitas as homenagens aprovadas pela Assembleia de Freguesia. António Freitas, presidente do órgão afirma que estas honram a freguesia e também quem as recebe.
Com a medalha de bons serviços prestados à freguesia foram homenageados Filipe Carvalho Bento, Ilda Maria Pais Almeida, José Maria Esteves Silveira, Maria Gabriela Monteiro e Manuel João de Jesus Gomes, todos eles funcionários da Junta de Freguesia.
Com a medalha de honra, entregue àqueles que se distinguiram em prol da freguesia, foram agraciados o Rancho Folclórico da Boidobra.
O seu presidente frisou que é uma honra receber a homenagem, dedicando-a a todos aqueles que ao longo dos 51 anos se dedicaram à associação e ao rancho.
Foi também entregue a medalha de honra ao CCD Estrela do Zêzere, pela formação no desporto e pela atuação na área cultural e recreativa. Uma condecoração que é para todos os que trabalham em união em prol do clube, dos atletas e da freguesia, referiu a direção do clube.
A título póstumo foi homenageado Paulo de Oliveira, pelo trabalho desenvolvido na sua empresa, que tem sede na Boidobra e tem trabalho reconhecido a nível nacional e internacional. A filha, que recebeu a medalha, em nome da família agradeceu a homenagem, frisando que se o pai ali estivesse presente se sentiria grato por reconhecerem a obra feita.
A medalha de mérito pelo contributo no campo cultural, pela recolha feita sobre o passado da freguesia, foi atribuída a Paulo Jerónimo.
“Não estava à espera desta distinção”, disse, mas sendo defensor de que as homenagens devem ser feitas em vida, agradeceu, recordando que há 45 anos se dedica à causa pública na Boidobra, desde o atletismo, até aos escuteiros, rancho e até como autarca.
No terceiro momento do dia Paulo Jerónimo viu o seu segundo livro ser apresentado.
Teve apresentação de Elisa Pinheiro, historiadora e antiga diretora do museu de Lanifícios da Universidade da Beira Interior, que realçou o rigor da obra e a idoneidade de Paulo jerónimo no tratamento das fontes.
Em declarações à RCC o autor explica que este surgiu na sequência do material que pesquisou para o seu primeiro livro, que relata factos relacionados com o passado etnográfico da freguesia. A segunda obra aborda factos ocorridos entre o período de 1161 e 2023, sendo que os boidobrenses se irão rever nos factos relatados.
“Um trabalho de excelência”, disse, durante a intervenção José Armando Serra dos Reis.