“Empreende +Covilhã” lançou a semente e mil alunos mostram ideias empreendedoras para o concelho

O Covilhã Empreende+” é um programa que decorre no âmbito do CLDS 4G Covilhã, e tem como objetivo criar espírito empreendedor nas crianças e jovens.

No início do ano todos os Agrupamentos de Escolas do concelho, e as escolas não agrupadas, foram desafiados a inscreverem-se e quase mil alunos, desde o 1.º ano do primeiro ciclo, até ao 12.º ano, estão a participar, foi ontem anunciado em conferência de imprensa.


Neto Freire, provedor da Santa Casa da Misericórdia da Covilhã, entidade que coordena o CLDS Covilhã, realça que o projeto foi pensado “nas crianças e jovens do concelho” e que este pretende “abordar o empreendedorismo no seu sentido lato de aprendizagem e postura perante a vida”, pretendendo-se desenvolver nestes jovens competências empreendedoras para uma cidadania plena”, disse.

Neto Freire mostra-se convicto que os alunos que frequentem estas ações serão jovens adultos com um melhor sentido critico e mais inovadores.

“Criámos e estamos a implementar um programa que vai desde o primeiro ciclo ao secundário, pois acreditamos que estas competências transversais são fundamentais numa sociedade cada vez mais dinâmica. Acreditamos que os alunos que integram o programa Empreende + Covilhã, serão, tendencialmente, adultos mais autónomos, responsáveis, criativos, com pensamento critico, capazes de identificarem uma oportunidade e transforma-la, na procura constante de soluções inovadores”, vincou.

O programa teve uma primeira fase de capacitação, estando agora a entrar na fase final, a de mostrar resultados, descreveu Regina Gouveia, vereadora da educação na Câmara Municipal da Covilhã, sublinhando que o objetivo é “desenvolver, nestas crianças e jovens, capacidades empreendedoras, com ligação muito direta à criatividade e ao desenvolvimento da capacidade de observação, com análise critica”, sendo que para cada nível de ensino foram criadas ferramentas diferentes, explicou ainda a autarca.

No 1º ciclo estão a participar 19 turmas, com 330 crianças, que, conduzidos pela mascote do programa, “Gaspar”, são levados a identificar profissões e o que com elas está relacionado, “é lançada a sementinha do empreendedor”, que é a capacidade “de ter ideias e análise critica”, explica.

“No caso do 1.º ciclo, esta «Aventura do Gaspar», o que se trabalhou foram as profissões e considerámos importante que as crianças compreendessem, identificassem e vivenciassem, atributos específicos de várias profissões”, detalhou.

“A perceção do que é uma profissão pode ser uma base para depois se desenvolver esse espírito empreendedor”, explicou a autarca.

Já no caso de 2º ciclo, foi trabalhada a “Missão Covilhã”, onde os objetivos de sustentabilidade são introduzidos, sempre com o objetivo final de criar o espírito empreendedor.

Neste caso, em cada turma, foram colocados problemas, para, com espírito crítico, serem analisados e propostas soluções.

“A partir desse problema ou necessidade quisemos levar as crianças e jovens a observarem, criticarem e a pensarem a sua escola, o seu lugar de pertença, o seu bairro e, nesse fórum que foram as turmas, proporem soluções alinhadas com o desenvolvimento sustentável”, vincou Regina Gouveia.

Neste caso o programa abrangeu cerca de 140 crianças entre os 9 e os 12 anos.

A 3 de junho, os resultados visíveis destes desafios, estarão expostos no Jardim do Lago, numa mostra pública, onde as turmas e os professores irão mostrar o que desenvolveram.

No 3º ciclo e secundário o desafio foi “Júnior Empresa” e já apelou ao potencial empreendedor de cada jovem, sendo que os participantes foram desafiados a criar a sua ideia de negócio.

“O desafio passou por explorar as fases que têm a ver com a criação de uma empresa, obviamente com uma linguagem adequada à sua idade, com identificação da oportunidade de negócio até à concretização do produto, tudo enquadrado num concurso de ideias, que agora serão apresentadas a um júri”, foi explicado.

Os resultados vão ser apresentados no dia 6 de junho, no auditório da Faculdade Ciências Sociais e Humanas da UBI, e o grupo vencedor terá como prémio uma experiência relacionada com o tema.

Também neste caso o programa começou com sessões de capacitação, onde participaram 380 jovens, estimando-se que sejam apresentadas entre 25 a 30 ideias de negócio.

Regina Gouveia concluiu que, o excelente trabalho desenvolvido pela Santa Casa da Misericórdia da Covilhã, na coordenação deste projeto, resultou na “oportunidade que foi dada a estes jovens, de, através da educação informal, explorarem objetivos e atividades que os podem tornar mais preparados para o seu futuro”, disse.

O programa é dinamizado pela GesEntrepreneur, uma empresa “especializada em formação e educação de empreendedorismo”.

Recordar que a atividade do CLDS.4G. COVILHÃ é coordenada pela Santa Casa da Misericórdia da Covilhã e a entidade promotora é a Câmara Municipal da Covilhã.