Depois de duas sessões em que as contas de 2022 da Junta de Freguesia da Boidobra não foram votadas, em março porque o presidente da mesa considerou que os documentos chegaram fora de prazo e em maio porque a primeira secretária, que o substituiu por doença, não se considerou capaz de conduzir os trabalhos e a maioria da assembleia optou pelo adiamento, a votação ocorreu ontem à noite e os documentos foram aprovados com 5 votos a favor (4 CDU e 1 PS) 4 abstenções (3 coligação Juntos Fazemos Melhor e 1 PS).
Com um saldo positivo de 54 mil euros, as contas espelham o que foi “o primeiro ano das novas competências” e o resultado “é muito positivo”, disse o tesoureiro da Junta de Freguesia.
Tiago Duarte, explica que este ano “serviu de aprendizagem, de ajuste de recursos humanos e financeiros” a esta nova realidade, terminando o ano, “com um bom saldo para este ano se conseguir dar projeção às obras e projetos que temos”.
Uma posição reforçada por Marco Gabriel. Frisa que após um ano sobre a assinatura do auto de transferência de competências “se comprova que assinar o memorando de entendimento entre as 20 freguesias”, que levou ao acordo com a Câmara Municipal da Covilhã, “foi positivo para as juntas, que conseguem fazer praticamente as mesmas competências com mais recursos financeiros”, sublinhou.
Um saldo que vai ser incorporado no orçamento para 2023, cuja primeira revisão foi aprovado no decorrer dos trabalhos da assembleia.
“Este saldo vai ser destinado a projetos que temos para este ano e que já estavam pensados”, sublinhou Marco Gabriel, elencando a compra de uma carrinha para a junta, servirá também para fazer face a algum imprevisto com a requalificação da sede da junta, cujas obras vão arrancar em breve. O presidente da Junta de Freguesia considera que esta verba servirá também para “o pontapé de saída para o projeto de requalificação do Parque Duppigheim”.
Dizer que a primeira revisão orçamental passou na Assembleia de Freguesia com 4 votos a favor (CDU), 4 abstenções (2 coligação Juntos Fazemos Melhor e 2 PS) e o voto contra do presidente da assembleia, António Freitas, que na declaração de voto, explicou que, sendo contra o orçamento apresentado pela junta, não seria ético votar favoravelmente esta revisão.
Sobre as contas e revisão orçamental ninguém da assembleia de pronunciou.
Uma reunião realizada em clima de crispação entre o presidente do executivo, Marco Gabriel, e o presidente da Assembleia de Freguesia, António Freitas, espelhado nas vezes em que Marco Gabriel tentou intervir, por exemplo durante a aprovação das atas, sem que a palavra lhe tivesse sido concedida “porque na assembleia, nestes pontos, usam da palavra os eleitos”, explicou António Freitas.