BVC: Veículos de combate a incêndios são os “grandes sonhos” do 148º aniversário

Um veículo ligeiro de combate a incêndios, para atuar nas zonas mais afastadas do concelho e no centro histórico, e um veículo de combate a incêndios urbanos e industriais são “os dois grandes sonhos” dos Bombeiros Voluntários da Covilhã, revelou Luís Marques.  

O comandante falava à margem das comemorações dos 148 anos da Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários da Covilhã, que teve lugar hoje, dia 25.


Com 98 bombeiros na corporação, Luís Marques disse estar “satisfeito”, sublinhando que, nos próximos cinco anos, pretende alcançar os 120.

“Espero ter o apoio quer das entidades privadas, quer das entidades públicas, para incentivar o voluntariado, porque hoje em dia é muito difícil cativar novos elementos, mas vou continuar a trabalhar para alcançar a meta”, frisou.

Com quatro Equipas de Intervenção Permanente (EIP), o comandante disse não se poder “queixar”, frisando, no entanto, que se existisse mais uma, “as 24 horas ficavam completamente fechadas”.

“Neste momento, o período noturno está a ser feito por voluntários, mas estou satisfeito. Acho que temos uma resposta suficiente de primeira intervenção”, destacou.

“É mais uma página de um livro e associação históricos, que queremos sempre preservar e enriquecer”, disse Joaquim Matias, presidente da Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários da Covilhã.

Num dia que ficou marcado pela inauguração do museu dos BVC, Joaquim Matias realçou a importância do mesmo na comunidade.

“Ainda não está como pretendemos, mas este museu dignifica a associação, a cidade, a região e todos os portugueses”, sublinhou.

Denominado “Museu Comandante Jaime Marta Soares”, nome do ex-presidente da Liga dos Bombeiros Portugueses, o museu conta com conta com mais de 100 miniaturas ligadas aos bombeiros.

Para Joaquim Matias, Jaime Marta Soares foi “a pessoa que mais defendeu a causa dos bombeiros em Portugal”.

Em 2022, foram cerca de 10 mil as ocorrências registadas, revelou o dirigente, sublinhando que, este ano, deverão ocorrer “muitas mais”.

Tendo em conta o número de ocorrências, as dificuldades são muitas, disse Joaquim Matias, referindo-se, principalmente, aos atrasos nos pagamentos, que “causam transtornos”.

O período compreendido entre 15 de maio a 15 de outubro, no qual está definido o DECIR, é a fase na qual as associações humanitárias recebem mais apoios, afirmou o dirigente, frisando que não existem tantos apoios noutras alturas do ano, algo que considera “um erro”.

“Temos incêndios em todas as alturas do ano”, disse Joaquim Matias, referindo-se, também, aos meses de inverno.

“Se uma viatura arder no dia 13 de maio, a associação tem de comprar outra viatura, mas se a situação ocorrer no dia 15 já é a Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC) a comprar”, destacou.

“Mesmo nos tempos em que tinha muitas dificuldades, a Câmara Municipal da Covilhã sempre apoiou os bombeiros”, disse Vítor Pereira, presidente da autarquia, frisando, no entanto, que “tudo aquilo que o executivo pode dar, ficará sempre aquém das reais necessidades dos bombeiros”.

O autarca salientou ainda que, nos dias de hoje, “o mais importante é a articulação entre todas as forças que têm por finalidade defender a vida, a integridade física e os bens”.

“Quanto melhor for essa articulação, melhor e mais eficaz será, não só a prevenção, como também o combate e o rescaldo aos incêndios”, vincou.

Em declarações à RCC, Jaime Marta Soares, ex-presidente da LBP, expressou a sua gratidão e orgulho, “não pelo enaltecimento feito”, mas pelo seu trabalho, que “valeu a pena”.

“Se alguma coisa fiz de bem, fi-lo com convicção de ser útil aos bombeiros e aos portugueses”, vincou o ex-dirigente.

Descrito como a pessoa que “mais defendeu os bombeiros”, Jaime Marta Soares garantiu que irá continuar a fazê-lo.

Considerado “o grande dia das comemorações”, o dia começou com o hastear das bandeiras, seguindo-se uma romagem ao cemitério, em homenagem aos bombeiros já falecidos da associação, a imposição de condecorações aos cadetes promovidos a bombeiros, a entrega de diplomas aos sócios honorários e de mérito, a inauguração do museu e, para terminar, um desfile até à Igreja da Nossa Senhora da Conceição e um almoço convívio.