Mural 100 anos SCC: Homenagem à memória coletiva dos covilhanenses e ao clube

É quase unanime a opinião de que o mural de homenagem ao centenário do Sporting Clube da Covilhã é um dos mais impactantes dos 12 anos, e 10 edições, de Wool – Festival de Arte Urbana da Covilhã, e isso ficou explicito na apresentação da obra que decorreu hoje ao final da manhã.

Lara Seixo Rodrigues, do coletivo Wool, explica que o objetivo da obra é homenagear a memória coletiva dos covilhanenses e o próprio clube. Quanto ao resultado da peça, sendo resultado da criatividade da artista, tem por base fotos e imagens previamente selecionas por Miguel Saraiva, explicou.


“Todos temos vivências e memórias do passado e todos os que somos da Covilhã temos algum tipo de memória relacionada com a instituição Sporting Clube da Covilhã e foi isso que nós quisemos homenagear aqui”, disse Lara Rodrigues, vincando que com base no material cedido o resultado final “é a composição que a artista decidiu criar”

Miguel saraiva, autor de dois livros sobre a história do Sporting da Covilhã, e por isso com muitos anos dedicados à pesquisa da história do clube e com muitas fotos dos tempos mais remotos do clube, selecionou essas imagens e agora que a obra está concluída, usa palavras como “impactante e brutal” para a descrever.

“Ao ver estas imagens fico sensibilizado porque estou habituado a lidar com a história do clube e fico emocionado ao ver este mural”.

Na peça pode ver-se a Taça do Século, que só dois clubes em Portugal detêm, o Sporting da Covilhã, referente à segunda divisão, e o Sporting Clube de Portugal relacionada com a primeira divisão.

A imagem mais antiga é de 47/48, há outra de 58/59, com muitos jogadores da Covilhã, ou com raízes na Covilhã, para que ainda hoje a família e os amigos vejam a sua imagem perpetuada e todos sintam orgulho, explicou.

Um dos destaques vai para César Brito e para Simonyi, um dos grandes símbolos do clube na sua passagem pela primeira divisão, que Miguel Saraiva considerou “o Eusébio do Sporting da Covilhã”.

Há ainda uma imagem que retrata adeptos no estádio que “não podem faltar numa obra que quer homenagear os 100 anos do clube”, concluiu.

José Mendes, presidente do Sporting da Covilhã usou também o termo “brutal” para descrever a obra, afirmando que “espelha o que é este centenário”.

O dirigente considera que apesar da “falta de sucesso desportivo”, o sucesso social está patente nas comemorações dos 100 anos.

Mostrou-se grato por tudo o que o festival Wool fez, dando ainda destaque à localização da obra, numa das entradas para o centro da cidade, vincando que “qualquer pessoa, adepta de desporto, que venha à Covilhã ao olhar para esta fachada de certeza que se vai sentir feliz”, disse.

Lara Rodrigues explicou que inicialmente pensou-se fazer esta obra no estádio, mas “seria redutor”, porque obrigaria a uma deslocação “fora do roteiro habitual de visitação da arte urbana”, optando por esta fachada, junto ao elevador de S. André, na rua Marquês D’Ávila e Bolama, um local e uma imagem que não deixa ninguém indiferente.

O mural é da autoria de Mariana Duarte Santos.