Aumentar a capacidade das urgências no Centro Hospitalar Universitário Cova da Beira (CHUCB) foi uma das reivindicações apresentadas por João Casteleiro, presidente do conselho de administração do hospital, ao ministro da saúde, Manuel Pizarro.
Durante a sua intervenção, o administrador disse ter propostas de melhoria para aumentar a capacidade das urgências e integrar, no hospital, a zona das Viaturas Médicas de Emergência e Reanimação (VMER), que, neste momento, está instalada no Complexo Desportivo.
O objetivo passa por “aproveitar espaços vazios, sem ocupar zonas de estacionamento”, salientou João Casteleiro.
Manuel Pizarro, em declarações aos jornalistas no final da visita ao centro hospitalar, disse estar “muito empenhado em requalificar o Hospital Pêro da Covilhã”, acrescentando que “estão a ser tomadas medidas nesse sentido”, mas que “o tema da urgência merece uma reflexão mais cuidadosa”.
“É verdade que temos necessidade de uma resposta de urgência mais qualificada, mas não tenho a certeza se essa resposta deve ser vista pelo número. Temos, em Portugal, um problema muito antigo de recurso inapropriado à urgência, ou seja, há mais pessoas a recorrer às urgências do que é normal no padrão europeu”, disse o governante, revelando que, no país, “por cada 1000 habitantes, há 630 episódios de urgência por ano, sendo que, na Europa, o padrão é cerca de 300”.
O ministro da saúde reconhece, no entanto, que “se as pessoas vão mais às urgências do que o padrão normal, a responsabilidade é de quem organiza um Serviço Nacional de Saúde demasiado voltado para o sistema de urgência”.
Como soluções, Manuel Pizarro disse que “é necessário valorizar os cuidados de saúde primários e criar novas formas de acesso das pessoas aos hospitais que passem menos pelas urgências”.
“Acho que há um trabalho a fazer entre todos para clarificar se precisamos mesmo de alargar o espaço de urgência”, frisou o governante, acrescentando ainda que, por vezes, “é necessário mais espaço para atender melhor menos pessoas”.
Em ultima nota, Manuel Pizarro sublinhou que as propostas vão ser estudadas nos próximos meses, de forma a ser tomada uma decisão.
“Esta é uma reunião de trabalho que visa conhecer localmente e com proximidade estas sugestões de evolução do hospital, por um lado, e da relação entre o hospital e a Faculdade de Ciências da Saúde, por outro, e terão um seguimento nos próximos meses em medidas de decisão sobre o que se vai fazer e de avaliação das fontes de financiamento”, vincou.