“Especialistas de renome internacional da área de compressão de imagem digital e representantes das mais importantes empresas do sector” reúnem-se na Universidade da Beira Interior (UBI) para a 100ª reunião do comité de normalização “Joint Photographic Experts Group” (JPEG).
O comité é um grupo de trabalho que “colabora na normalização de especificações de codificação de imagem, conjuntamente com a International Telecommunication Union (ITU)”, refere a instituição na página oficial.
A sua norma mais antiga, referida simplesmente como JPEG ou JPEG 1, é reconhecida como “a norma mais utilizada na história das tecnologias digitais, o que é facilmente explicado pelos milhares de milhões de fotografias armazenadas e transmitidas diariamente neste formato”. Para além da norma JPEG, o comité desenvolveu também o JPEG 2000, que é “um grande sucesso na produção e distribuição cinematográfica, bem como na imagiologia médica”.
De forma a “responder aos desafios impostos pelos recentes avanços tecnológicos e necessidades do sector empresarial”, o comité da JPEG desenvolveu, recentemente, várias especificações, nomeadamente: JPEG XL (formato para substituir a JPEG 1, que proporciona ferramentas de transição progressiva); JPEG XS (formato desenvolvido para proporcionar latência e complexidade muito reduzidas); JPEG Pleno (formatos para conteúdos plenóticos imersivos, como light fields, point clouds ou imagem holográfica.
“Mais recentemente, emergiram dois projetos marcantes, para os quais a 100ª reunião da JPEG será de extrema importância”, salienta a UBI, explicando que o primeiro é o JPEG AI, que chegará ao estatuto de “Committee Draft” durante esta 100ª reunião, em Portugal.
“Esta será a primeira norma para codificação de imagem baseada em inteligência artificial, em detrimento das tecnologias convencionais de compressão”, salienta, acrescentando ainda que, até ao momento, a JPEG AI obteve ganhos de 30% relativamente ao estado da arte das normas de compressão de imagem.
O outro projeto para o qual a 100ª reunião “assume extraordinária relevância” é a JPEG Trust, recentemente estabelecida, que “proporciona ferramentas para comprovar a autenticidade, proveniência e propriedade de conteúdos multimédia digitais”.
“Esta norma é de particular importância, dada a problemática levantada recentemente pelas possibilidades de criação e manipulação de conteúdo visual, através de inteligência artificial”.
A JPEG reúne especialistas do meio académico e industrial de diferentes países, “nomeadamente os mais ativos no desenvolvimento e comercialização de tecnologias digitais”, incluindo representantes de empresas como a Adobe, Apple, Bytedance, Canon, Dolby, Google, Huawei, Intel, LG, Microsoft, Nikon, Sony, Tencent, e um grande número de PMEs que trabalham em várias empresas de tecnologia, entre as quais a Cloudinary, IntoPix, Kakadu, PJ Factory e RayShaper.
A 100ª reunião da JPEG, a ter lugar na UBI, de 15 a 21 de julho, inclui uma cerimónia para celebrar a reunião número 100, que terá lugar no dia 19 de julho entre as 17:00 às 18:30.
A celebração será precedida por um Workshop intitulado “Media Authenticity in the Age of Artificial Intelligence”, com início às 15:00, seguindo-se um jantar comemorativo, com início às 19:00.