Alimentos recolhidos pela Refood ajudam mais de 100 pessoas na Covilhã

O movimento Refood existe para aproveitar a comida que está em perfeitas condições e ainda assim iria para o lixo. Uma cadeia de voluntários pega nestes excessos leva-os onde existe necessidade.

É a filosofia que está na génese do movimento e que o seu fundador, Hunter Halder, veio recordar à Covilhã este sábado, durante o encontro Refood Covilhã, que juntou voluntários no ativo, e outros que participaram para conhecer o movimento.


Na Covilhã desde 2015, ao longo o núcleo recebeu 715 voluntários, estando nesta altura 168 ativos, que recolhem comida em cerca de 30 parceiros, ajudando 105 beneficiários, sendo que destes 34 são crianças.

Os números foram avançados por Márcio Gomes, coordenador do núcleo da Covilhã, que se mostra satisfeito com o trabalho desenvolvido.

 “O ideal seria que não fosse necessário”, mas sendo esta a realidade vinca que o núcleo “está a fazer um bom trabalho e a desempenhar bem o seu papel” nesta ajuda.

O responsável explica que há cerca de um ano houve um grande aumento na procura de apoio e que muitas dessas famílias foram integradas no leque de beneficiários em maio. Avança que desde então já há mais pedidos de ajuda para analisar.

O núcleo pede também ajuda para continuar o trabalho, pois só graças aos voluntários, que dão duas horas do seu tempo uma vez por semana, e aos parceiros que entregam os seus excedentes, é que o consegue fazer.

Vinca que “o calcanhar de Aquiles” do grupo são os voluntários para a gestão, o que faz com que a equipa fique muito sobrecarregada.

“Temos 10 áreas funcionais em que temos que ter 3 elementos no ativo por cada e se esse trabalho é feito por uma equipa mais reduzida, como é o caso, os voluntários acabam por ficar mais sobrecarregados”, detalhou.

O responsável desafia quem não conhece o núcleo a visitar o renovado centro de operações e apela ao voluntariado.

Hunter Halder, o famoso senhor do chapéu, que fundou o movimento, reforçou na Covilhã este apelo e elogiou o trabalho feito ao longo destes 8 anos.

“O núcleo da Covilhã é um exemplo e quando virem o novo centro todos vão ficar com inveja”, disse

O fundador da Refood mostra gratidão pelo facto da sua filosofia estar a alargar horizontes.

O movimento vai chegar a Espanha, Brasil e Itália também já manifestou interesse.

Defende que “em todas as comunidades há excesso alimentar que vai para o lixo, há pessoas com fome e há gente de boa vontade para fazer esta ponte. É uma visão global para um trabalho local. Estas condições são universais. Se não se nega comida a quem procura a Refood, também não podemos negar ajuda a quem quer fundar um núcleo”, disse.

Lançado em março de 2011, o movimento começou por recolher alimentos em 30 restaurantes parceiros agora tem mais de 2.500 parceiros, em 64 núcleos, em que disponibiliza mais de 2 milhões de refeições. Mobiliza mais de 7500 voluntários em todo o país.