Metade da população de Penamacor não tem médico de família

Cerca de metade da população do concelho de Penamacor não tem médico de família e se a situação já era difícil, ficou mais complicada desde agosto devido ao falecimento de um dos médicos que estavam ao serviço no Centro de Saúde.

O tema esteve em análise na reunião pública da Câmara Municipal esta sexta-feira (15).


A bancada da oposição apresentou um voto de pesar pelo falecimento de Joaquim Armando Reis, que esteve mais de 40 anos no centro de saúde local.

O voto foi aprovado por unanimidade e foi o mote para o presidente da Câmara sublinhar que esta área é preocupante.

“Essa triste notícia passou a condicionar ainda mais o funcionamento do Centro de Saúde”, disse, apontando que este médico era “dos que tinha maior número de utentes no concelho”, concluindo que “a situação se agravou”.

Refere que o próprio não tem médico de família, tal como metade da população do concelho.

António Luís Beites avançou que a maioria está a preparar um pacote de medidas de apoio na área da saúde, que em breve serão presentes à reunião do executivo para aprovação.

Vinca que a ULS Castelo branco não está a dar resposta, apontando que os concursos para médicos ficam desertos.

O autarca recorda também que vai haver alterações, no início de 2024, à gestão da saúde e poderá haver alterações territoriais, falando em “convergência territorial”.

“Há duas unidades de saúde na nossa região, bem próximas”, disse referindo-se ao CHUCB e à ULS Castelo Branco. “Nós estamos ligados à ULS Castelo Branco, esta é a condição que temos e que não está a conseguir ter capacidade de resposta”.

Sem querer avançar com as medidas que o pacote de apoio à população na área da saúde irá conter, António Luís Beites dá conta que “transportes” será um dos itens, até porque se trata de uma população envelhecida.

Realça, no entanto, que em certa medida essa lacuna será colmatada com o cartão “Penamacor Social” que o executivo está a regulamentar e que prevê apoios nos transportes, e nos equipamentos municipais, para maiores de 60 anos e portadores de deficiência.