AF Boidobra: Executivo e oposição com opiniões diferentes sobre Carta Municipal de Habitação

O executivo da Junta de Freguesia da Boidobra e os eleitos da coligação “Juntos Fazemos Melhor” têm opiniões diferentes sobre a Carta Municipal de Habitação. O executivo considera-a um bom ponto de partida para trabalhar, a coligação aponta um documento insipiente, muito vago, só com diagnósticos.

As opiniões foram expressas na assembleia de Freguesia de Sexta-feira (29) e, embora não sendo votada, a Carta Municipal de Habitação esteve em discussão.


António Freitas (Juntos Fazemos Melhor) disse que os documentos espelham um processo “começado pelo telhado” em que o Município da Covilhã “correu atrás do prejuízo” para ter acesso a fundos comunitários, resultando um documento que “não parece uma carta.

“A Câmara Municipal decidiu construir a casa pelo telhado, todo o processo em si não nos parece que tenha sido devidamente enquadrado. A Carta deveria ser um documento mais conciso, com dados mais concretos relativamente às necessidades e não o que nos parece ser que é mais um diagnóstico muito vago. É algo que nos parece ter sido feito num gabinete, não nos parece ter havido uma grande vontade de estar no terreno a verificar algo muito concreto e agora a CMC, tendo a necessidade de recorrer a financiamento, precisava desta documentação e decidiu correr atrás do prejuízo. Esperávamos um documento mais técnico, um documento que correspondesse a uma carta, isto não parece que seja uma carta”, disse.

Por ausência do presidente da Junta de Freguesia da Boidobra, Marco Gabriel, em nome do executivo usou da palavra o tesoureiro Tiago Duarte.

Defende que o documento é, no entender do executivo, “um bom ponto de partida para trabalhar” explicando que em 2022 a Junta de Freguesia foi chamada a dar contributo e o presidente chamou a atenção para o centro histórico da vila, destacando as casas devolutas e desocupadas, com tipologias e áreas desadequadas e a falta de eficiência energética.

“A carta pode estar incompleta, e está incompleta e se calhar estará sempre incompleta, mas é um bom ponto de partida para se começar a trabalhar. Vimos crescer a ARU na Boidobra, que tinha só o centro histórico e tem mais a zona das Ferreiras e da Boavista. Há também mais zonas de ORU, que prevê isenção de algumas taxas, o que é também um bom incentivo para ajudar os proprietários recuperarem os imóveis e criarem as tais zonas de comércio e serviços para atrair mais gente. É um documento extenso, não tem tudo, mas é um bom ponto de partida para se trabalhar”, concluiu.