O Juiz Conselheiro José Nunes da Cruz foi hoje, dia 26, homenageado no Teatro Municipal da Covilhã (TMC), durante o XVII Encontro Anual do Conselho Superior da Magistratura.
Nunes da Cruz foi presidente do Supremo Tribunal da Justiça em 2005 e 2006 e tinha uma forte ligação à Covilhã, onde foi juiz de direito durante 9 anos.
Para Francisco Pimentel, advogado da família, “falar do conselheiro José Nunes da Cruz é, desde logo, revisitar a memória e os seus lugares, mas é, fundamentalmente, sedimentar o reconhecimento, publicamente reafirmado, de um jurista que soube prever as incertezas do tempo que vinha”.
“Um juiz exemplar” é como Francisco Pimentel descreve Nunes da Cruz, referindo que o mesmo “soube olhar para o passado, não para nele se fixar, mas para afirmar o sentido da viagem, desenhando sempre o traço da normalidade, no qual era essencial a defesa dos direitos humanos”.
Nunes da Cruz “levava o flagelo da procura da verdade a limites quase impensáveis, ao ponto de confrontar os advogados com quem tinha trabalho a decisão proferida, quando esta não podia ser alterada”, disse Francisco Pimental, afirmando que esse confronto era “leal e frontal”.
Durante o seu discurso, Francisco Pimentel disse ser a “seriedade” e a “coragem” da figura homenageada que levou nunes da cruz, em 1975, a “enfrentar a população de Unhais da Serra, que reclamava de uma decisão, por ele proferida, para explicar a razão de ser da mesma”.
“Ler as suas decisões é perceber o que o levava a aceitar como verdade uma concreta realidade, e isto numa altura em que a justificação não era o que é hoje”, vincou.