“Paz no Médio Oriente”, “Palestina independente”, “Não à guerra, não ao massacre”, “Paz sim, guerra não”, foram algumas das palavras de ordem que ontem se ouviram, no Pelourinho, na concentração que juntou dezenas de pessoas para “prestar apoio e solidariedade para com o povo palestiniano. Com o lema “Pela Paz no Médio Oriente, pelos direitos do povo palestiniano! Fim à agressão a Gaza!”, a concentração uniu população portuguesa e proveniente do Médio Oriente para reivindicar um “cessar-fogo imediato” na Faixa de Gaza.
Vítor Reis Silva, do Conselho Português para a Paz e Cooperação (CPPC), denunciou a “profunda hipocrisia dos Estados Unidos, da União Europeia e dos vários governos europeus, incluindo o português, que, com a retórica do direito de resposta de Israel, alimentam o conflito e dão cobertura a crimes de guerra”.
O representante do CPPC salientou que, por detrás do conflito atual no Médio Oriente, “estão décadas da negação do direito do povo da Palestina a um Estado independente e soberano”, vincando que “não pode haver paz no Médio Oriente sem o reconhecimento dos direitos inalienáveis do povo da Palestina”. “É inadiável a exigência da concretização rápida desses direitos”, vincou.
Casimiro Santos, da União dos Resistentes Antifascistas Portugueses (URAP), reiterando as palavras de Vítor Reis Silva, reclamou o direito do povo palestiniano a um “Estado soberano e independente”. “A Faixa de Gaza é hoje um universo concentracionário e oprimido. Só pode haver paz para todos com a Palestina independente”, reiterou.
Por seu lado, Sérgio Santos, da União de Sindicatos de Castelo Branco da CGTP-IN (USCB – CGTP-IN), apelou a que “é preciso tudo fazer para impedir que ocorra uma ainda maior e terrível tragédia na Faixa de Gaza, uma autêntica prisão a céu aberto cercada há mais de 16 anos por Israel e onde sobrevivem mais de dois milhões de pessoas”.
Esta é “uma agressão contra um povo cercado, sem luz elétrica, sem água, sem comida, sem medicamentos, sem ambulâncias, pessoal médico, instalações médicas, hospitais”. “Dezenas de trabalhadores humanitários da ONU foram mortos pelos ataques”, assinalou o sindicalista.
Presente na concentração esteve uma cidadã descendente de palestinianos que referiu viver “sempre refugiada” na sua vida e que a única coisa que deseja é a paz.
Foi ainda aprovada uma moção que reclama “o fim imediato dos bombardeamentos na Faixa de Gaza e do massacre dos seus habitantes” com o “envio imediato de ajuda humanitária”, a ser remetida ao Presidente da República, ao Governo Português, à Embaixada de Israel, à Embaixada da Autoridade Palestiniana e à Embaixada dos Estados Unidos da América.