Plano de Revitalização da Serra da Estrela: IC6, barragem, estradas e aeroporto entre as propostas

IC6 Green Road, Barragem das Cortes, aeroporto em Lamaçais, acesso rodoviários à Serra da Estrela pela estrada das Cortes, Unhais da Serra e Verdelhos são algumas das propostas da Câmara Municipal da Covilhã para a o Plano de Revitalização da Serra da Estrela, avançou Vítor Pereira durante o debate temático sobre esta matéria, na assembleia Municipal da Covilhã, que ontem decorreu durante a tarde.

Referindo que o documento final, o plano na sua essência, será da responsabilidade do Governo, o autarca, ainda assim, identificou alguns dos projetos que a autarquia quer levar a efeito.


Realça que a totalidade das pospostas dos seis municípios, que já foram enviadas ao Governo através do relatório coordenado pela Comunidade Intermunicipal das Beiras e Serra da Estrela, envolve verbas “astronómicas” e será para realizar num prazo muito superior a 10 anos.

O autarca detalhou nessas medidas o IC6 Green Road, que tem como objetivo a conclusão da ligação da Covilhã a Coimbra com princípios de “sustentabilidade e circularidade”.

A construção da nova Barragem das Cortes, defendida durante o debate como essencial para o abastecimento humano na Covilhã, é outro dos projetos para “reforço do abastecimento de água e da eficiência energética nos concelhos da Covilhã, Fundão, Belmonte e Manteigas”, disse o autarca.

“Pretende, para além de reforçar o abastecimento de água, potenciar atividades turísticas e económicas no concelho da Covilhã e em outros concelhos limítrofes”, vincou.

O autarca elencou ainda a estrutura aeroportuária de Lamaçais, descrevendo-a como uma infraestrutura multimodal aeroportuária que pretende atender à investigação científica e ajudar ao escoamento de produtos agrícolas.

“Será campo de experimentação do curso de aeronáutica da UBI, servirá para escoamento de produtos como a cereja e o pêssego, por exemplo, que podem ser rapidamente escoados para o Norte da Europa”, disse, salientando que em Lamaçais há uma rede de frio, está próxima da ferrovia, e é paralela à transnacional que é a A23. Sublinhou que estrutura serve também para a defesa da floresta.

Nos acessos rodoviários o autarca confirmou a requalificação de três vias, “que se constituem como alternativas de acesso à Serra da Estrela”, nomeadamente a Estrada das Cortes do Meio, a de Unhais da Serra (já no orçamento da Covilhã para 2024) e a requalificação da ligação de Verdelhos à zona das Sarnadas no limite do concelho da Covilhã com Manteigas.

O autarca aponta que estas vias potenciam o turismo e melhoram o acesso dos agentes de proteção civil.

“O objetivo é utilizar métodos construtivos sustentáveis, designadamente, através de materiais reciclados ou provenientes das Minas da Panasqueira, com vista à diminuição do passivo ambiental. Pretende-se que estas obras sejam projetos-piloto que possam ser replicadas noutras zonas do país”, disse.

Para o efeito conta com a colaboração da Universidade da Beira Interior, no trabalho de investigação relacionados com a aplicação desses materiais em vias de comunicação, frisou.

A elaboração do Plano de Pormenor Intermunicipal para requalificar a Torre é outros dos projetos, “demolindo o que for necessário demolir e reconstruindo o que for possível”, explicou a autarca, que pretende que o local seja “um ex-libris” e não o que ali se encontra.

O autarca elencou ainda a construção de percursos pedestres e cicláveis.

Na área da proteção civil propõe a criação de um Centro Municipal de Proteção Civil e unidade de formação e de unidades locais a serem geridas pelas Juntas de Freguesia, porque fazem um trabalho de proximidade com as populações.

Na área da mobilidade, para salvaguardar os recursos e valores naturais existentes, pretende-se a utilização de meios mecânicos para aceder ao Planalto Superior, como o teleférico e/ou o funicular, explicou o autarca.

Aponta ainda a utilização de veículos com zero emissões e o pagamento de uma taxa verde que reverte para a limpeza de matas.

Vítor Pereira explicou ainda que o plano não é púbico porque foi entendimento das autarquias envolvidas que, “enquanto não estiver tudo devidamente afinado não se torna público”.

O importante é que “seja um bom documento e que suporte as decisões com envelope financeiro”, concluiu.