O voto de louvor ao primeiro-ministro, António Costa, apresentado pelo Partido Socialista, foi aprovado, por maioria, na última sessão da Assembleia Municipal da Covilhã. No entanto, foi um tema que gerou alguma controvérsia entre os vários grupos municipais.
Hélio Fazendeiro, líder da bancada socialista, explicou que o voto de louvor significa o “reconhecimento pelos oito anos de governação de António Costa” e a forma como “conduziu os destinos do país”.
“Mais do que oito anos de governação, é reconhecer aquilo que foi o tempo, disponibilidade e entrega que, durante este período, fez à causa pública e ao Governo de Portugal”, vincou.
“Dos eventos mais marcantes e impactantes que António Costa enfrentou como primeiro-ministro, registam-se fenómenos meteorológicos extremos que deram origem aos incêndios e catástrofes humanitárias em 2017, o combate à pandemia covid-19, a crise energética inflacionista, a invasão russa à Ucrânia e o agravamento do conflito israelo-palestiniano”, afirmou Hélio Fazendeiro, salientando que, a todos eles, António Costa “soube responder com serenidade, competência e inegável capacidade de liderança”.
Hugo Ferrinho Lopes, da bancada municipal do PSD, disse ser um “voto de louvor populista”.
“Seria a mesma coisa que nós [PSD] virmos aqui apresentar um voto de congratulação ao Ministério Público e nós não o fazemos. Achamos que não deve ser feita política desta forma”, explicou.
O social-democrata relembrou que estão milhões de pessoas sem médico de família, crianças sem professores, Serviço Nacional de Saúde (SNS) a colapsar e, ainda, a crise da habitação. “Portanto, não nos revemos num louvor ao Governo”, frisou.
António Freitas, do grupo municipal do CDS, justificou o voto contra, dizendo que o voto de louvor é “contraproducente”, uma vez que “a demissão de António Costa ainda não está encerrada”.
O voto de louvor foi aprovado com 24 votos a favor (PS e presidentes de junta), 11 votos contra (PSD, CDS, PCP e um presidente de junta) e três abstenções (presidentes de junta).
Os restantes votos de louvor, pesar e saudação foram aprovados por unanimidade.
O primeiro destinou-se aos profissionais de saúde do Centro Hospitalar Universitário da Cova da Beira (CHUCB) pelo esforço despendido “nestes tempos difíceis” e de agradecimento pela sua “inexcedível dedicação à comunidade”.
A Faculdade de Ciências da Saúde da UBI fopi também reconhecida com um voto de louvor pelo seu 25º aniversário.
À Beira Serra – Associação de Desenvolvimento, “pelo mérito da conceção do Jogo da Constituição”, lançado no passado dia 20 na Assembleia da República, e que tem como objetivo “dar a conhecer os valores que versam na Constituição da República Portuguesa”.
À APPACDM da Covilhã pela realização dos X Jogos Adaptados da Cova da Beira, “com o desejo que mais edições se voltem a realizar no concelho”.
A Associação Portuguesa de Imprensa (API) viu aprovado um voto de saudação pela “sua missão e defesa de uma imprensa forte, respeitadora das normas deontológicas que regem a profissão e de um contributo indispensável de informação isenta e credível de todos os portugueses”.
Foram ainda aprovados, por unanimidade, dois votos de pesar. O primeiro pelo falecimento de António Fazenda, goleador do Sporting Clube da Covilhã, onde iniciou a sua carreira, ainda nos juniores, em 1951. O segundo voto de pesar destinou-se a António de Abreu, sócio fundador do Centro de Cultura e Desporto do Oriental de S. Martinho.