Unidade de Intervenção Cardiológica da Covilhã já está a funcionar. Serve mais de 300 mil utentes

Começou a funcionar na última quinta-feira, dia 1, a Unidade de Intervenção Cardiológica da Covilhã, que vai servir toda a região da Beira Interior, num universo total de mais de 300 mil utentes, foi revelado esta manhã durante a apresentação do serviço. Uma unidade que pode fazer a diferença entre a vida e a morte.

João Casteleiro, da ULS Cova da Beira, sublinha que esta foi uma luta de anos, e que, finalmente, há esperança para os doentes da região, uma vez que esta era “a única zona sombra do país”, nesta matéria.


“É uma unidade fundamental e esta era a única zona do país sem este serviço. É uma unidade que não é para a Covilhã, Fundão ou Belmonte, é para todo a região da Beira Interior”, sublinhou.

Desde sexta-feira a unidade já tratou 11 doentes, adiantou João Casteleiro, pessoas que antes tinham que ir para Lisboa, Porto, Coimbra, Gaia, Leiria ou Viseu e que agora podem ser tratados aqui, “o que pode significar a diferença entre a vida e a morte”, detalhou.

“Em caso de urgência, há uma janela de oportunidade de tratamento, para fazer uma angioplastia ou cateterismo, por exemplo, ultrapassando esse tempo, pode dar-se um desenlace fatal. Com esta unidade podemos dar resposta a toda a Beira Interior”, disse.

A unidade vai funcionar 24 horas por dia, tem uma equipa local de 8 profissionais, desde médicos a enfermeiros e pessoal técnico a que se juntam equipas oriundas de Lisboa, Porto, Coimbra e outros hospitais, também com o pendor formativo, para que dentro de seis anos haja uma equipa própria na Covilhã, foi também explicado.

“Estes profissionais vão estar aqui seis anos, e nessa altura teremos um staff médico próprio. Uma unidade para ter sucesso tem que ter os melhores e é isso que estamos a fazer. São pessoas de todo o país, com competência comprovada para que tenhamos resultados e façam formação a outros mais jovens”, detalhou

Marco Costa, cardiologista coordenador da unidade, destaca que toda a equipa está montada e apta a responder aos doentes programados e a urgências, detalhando que já ontem, dia 4, foram chamados a intervir na primeira urgência e que tudo correu dentro do programado.

Hoje mesmo, dia 5, foram feitos já alguns procedimentos, refere o responsável, detalhando que “com este tipo de intervenções os doentes podem fazer uma vida praticamente normal no mais curto espaço de tempo”.

Na apresentação do serviço estiveram os autarcas da Covilhã, Fundão e Belmonte.

Vítor Pereira realça a importância do serviço para a população do concelho e da região, sublinhando a importância que terá para salvar vidas.

“Falo em causa própria e tenho a perfeita noção de que este serviço faz toda a diferença. O tempo entre ter os sintomas e ser socorrido faz toda a diferença, a existência deste serviço aqui é a diferença entre a vida e a morte, porque se evita o tempo de deslocação que se fazia e o risco das deslocações. Esta é uma grande mais-valia para todo esta região, que será complementada com a medicina nuclear no Fundão”, rematou o autarca.

O Serviço de Medicina Nuclear no Hospital do Fundão deverá funcionar até final do ano, garantiram João Casteleiro e também Paulo Fernandes, presidente da Câmara Municipal do Fundão.

O autarca explica que a obra física fica concluída até final de fevereiro, vincando que “há equipamento pesado já guardado para lá colocar e que há procedimentos lançados, pelo CHUCB, para outros equipamentos”.

Detalha que está em curso a instalação de um PT, que vai evitar a existência de geradores no Hospital do Fundão, prática a que tinha de se recorrer para evitar as quebras constantes de energia, sublinhando que se aponta que até final do ano o serviço esteja aberto ao público.

Paulo Fernandes realça que o serviço de Medicina Nuclear no Hospital do Fundão, há semelhança desta unidade, servirá também toda a região da Beira Interior, e funcionará em complementaridade com a unidade que agora já funciona na Covilhã.

Marco Costa, coordenador da unidade de cardiologia, avisa que em caso de suspeita de enfarte não se deve deslocar ao hospital por meios próprios, alertando para a utilização do 112, ativando a via verde coronária, vincando que “está tudo afinado e o INEM enviará os doentes”, sublinhando que o tempo é fundamental nesta matéria.