Assembleia Municipal da Covilhã aprova 4 votos de pesar e 3 de louvor

A Assembleia Municipal da Covilhã aprovou, por unanimidade, quatro votos de pesar, propostos pelos vários grupos municipais. Dos votos de louvor, dois foram aprovados por unanimidade e um deles por maioria, que gerou críticas por parte da oposição.

Foi aprovado um voto de pesar por Joaquim Carvalheiro dos Santos, presidente da Junta de Freguesia de Casegas e Ourondo durante 16 anos (1993 a 2009). O voto de pesar foi proposto pela Junta de Freguesia e pelo grupo municipal do PSD.


Para a autarquia local, a obra e trabalho de José Carvalheiro dos Santos, A sua obra permanecerá e o seu trabalho “ficarão na memória dos seus conterrâneos”.

“Todos aqueles que o conheceram estão profundamente agradecidos pela dedicação ao desenvolvimento da sua terra, que sempre trouxe no coração”.

Para o PSD, “foi um autarca de referência que em muito contribuiu para o desenvolvimento da sua terra”.

Foi também aprovado por unanimidade um voto de louvor por Maria de Jesus Bernardino, proposto pela CDU, “pelo seu contributo social e politico na vida do concelho e no país”.

Maria de Jesus Bernardino foi membro da Direção da Organização Regional de Castelo Branco e da Comissão Concelhia da Covilhã do PCP. Foi eleita da CDU na extinta Assembleia de Freguesia de S. Pedro na cidade da Covilhã.

Por proposta do PS e do PSD, foi também aprovado um voto de pesar por José Gouveia, fundador e cooperante nº 1 da RCC – Rádio Clube da Covilhã.

Para o grupo municipal do PS, José Gouveia “foi um autodidata sempre interessado em aprofundar o seu conhecimento sobre cada tema que lhe chamava a atenção, e um mestre sempre disponível para transmitir os seus conhecimentos a quem o procurava”.

“Ao longo desses anos, foram vários os jovens que tiveram oportunidade de fazer rádio graças não só aos seus conhecimentos técnicos como também à sua coragem e luta para que a radiofonia na região fosse possível. Pelo seu contributo em prol do serviço radiofónico na região e na formação de vários jovens, hoje profissionais na área da comunicação, apresentamos este voto de pesar a título de reconhecimento”, pode ler-se ainda no voto de pesar do Partido Socialista.

Os mesmos grupos municipais apresentaram ainda um voto de pesar por José Mendes, que “dedicou quase duas décadas à liderança do Sporting da Covilhã, com empenho e dedicação”, refere a bancada socialista.

“Eleito, pela primeira vez, em setembro de 2004, como presidente do Sporting Clube da Covilhã, era um dos Presidentes de clube há mais tempo em funções. Homem de convicções fortes e personalidade vincada, reergueu o emblema do Sporting Clube da Covilhã e deixou um grande legado para o futuro”, lê-se na nota do grupo municipal do PSD.

A Assembleia Municipal aprovou ainda três votos de louvor, dois deles por unanimidade e um por maioria.

Por proposta do PSD, Manuel dos Santos Silva, Professor Catedrático Jubilado da Universidade da Beira Interior, viu aprovado, por unanimidade, um voto de louvor.

“Manuel Santos Silva teve um papel importante no avanço da ciência e da cultura, tendo recebido diversos prémios nacionais e internacionais. Marcou a academia nacional e internacional, com uma longa e vasta carreira profissional como docente da Faculdade de Engenharia e investigador do FibEnTech – Fiber Materials and Environmental Technologies. Foi Reitor da Universidade da Beira Interior entre 1996 e 2009, tendo durante este período desenvolvido a faculdade de Ciências Sociais e Humanas, faculdade de Engenharia e criado as faculdades de Artes e Letras e de Ciências da Saúde. Pelo contributo, tão precioso para a área da ciência, cultura e projeção da Universidade da Beira Interior no contexto nacional e internacional, consideramos como justa a homenagem e o reconhecimento a Manuel Santos Silva e por isso apresentamos este voto de louvor”, refere o voto de pesar do PSD.

O grupo municipal do PS propôs um voto de louvor ao Hospital Pêro da Covilhã pela nova Unidade de Intervenção de Cardiologia. O documento foi, também, aprovado por unanimidade.

“O desejo de se responder às carências agudas de doentes cardíacos no interior do país era um tema que vinha sendo abordado há já mais de uma década. Este ensejo foi finalmente concretizado, permitindo assim a cobertura do tratamento de doenças do foro cardíaco numa área que abrange mais de 300 mil pessoas, tratando-se, por isso, da conclusão de um projeto estratégico fundamental para toda a região e sobretudo para o interior do país”, refere a bancada socialista no documento.

Por último, a maioria socialista aprovou um voto de louvor ao XXIII Governo Constitucional, que gerou críticas por parte da oposição.

Na base do voto de louvor está a decisão de aprovação do Plano de Revitalização do Parque Natural da Serra da Estrela, da competência do Governo, que o grupo municipal do PS considera “ter decorrido de forma célere e visa responder às necessidades decorrentes daquela tragédia, garantindo financiamento não só para a recuperação das zonas afetadas, mas também financiando algumas obras estruturantes que a região há muito reclamava”.

“A declaração de emergência e da calamidade promovida pelo Governo em tempo útil e agora a aprovação deste PRPNSE evidenciam uma atenção e um cuidado com a nossa região, particularmente, mas com o interior em geral que, verificando-se, deve ser reconhecido”, descreve o documento do PS, que mereceu críticas por parte da oposição por se tratar de “campanha eleitoral”.

Jorge Vaz, em representação do grupo municipal do PSD, disse que se está a “utilizar o plano de revitalização para encapotar um voto de louvor ao Governo”.

“O incêndio já aconteceu há tempo demasiado e o atraso na implementação das medidas é mais que suficiente para justificar o nosso voto contra”, frisou.

João Lopes Bernardo, do CDS, referiu que “um Governo que esteve em funções com maioria absoluta e com todas as condições para implementar este plano, demorou tanto tempo apenas para o aprovar, não o vai executar”.

Do grupo municipal do PS, usou da palavra Nuno Pedro, que salientou que “não se trata apenas da aprovação de um plano, mas sim de dar garantias orçamentais de que há fundos disponíveis, por parte da administração central, para a execução do que foi aprovado”.

Vítor Reis Silva, da CDU, frisou que o plano “apenas foi aprovado e, agora, poderá, ou não, concretizar-se”.

“Em período de campanha eleitoral, há aqui um aproveitamento da bancada do Partido Socialista, no sentido em que não estamos a falar na Barragem das Cortes, mas sim num voto de louvor ao Governo”, defendeu.