Chamar à atenção para o facto de que a ferrovia é uma forma de desenvolvimento do país, é um dos objetivos apresentados por Mariana Mortágua, coordenadora nacional do Bloco de Esquerda, para fazer a viagem de comboio entre a Covilhã a Guarda.
Em declarações à Rádio Clube da Covilhã, a candidata do Bloco realça que durante anos, desde governo de José Sócrates e depois com a direita, se encerraram linhas e só em 2015 se iniciou um percurso de recuperação da ferrovia, já com a geringonça.
Para a líder bloquista “é importante que esse trabalho continue, mas com celeridade”.
“Foi iniciado um caminho, mas tem que se mais rápido, até para recuperar o hábito de andar de comboio. As pessoas foram perdendo o hábito, eles são poucos, atrasam”, sublinha.
“É, por exemplo, impensável que tenhamos que esperar até 2050 para ter a ligação Salamanca, Guarda, Viseu, para ligar estas cidades importantes, que hoje não estão servidas por ferrovia”, disse.
A mobilidade no interior está na agenda bloquista nesta sexta-feira, chamando a atenção para a necessidade de implementar na região um passe intermodal, tal como o que existe nas zonas metropolitanas de Lisboa e Porto, que permita a utilização de comboio e outros transportes, só com um passe, “com poupanças muito grandes nos custos para a população”.
De resto, quando chegou à Estação da Covilhã, foi essa a queixa que ouviu.
Falar de mobilidade no interior é falar de portagens, diz Mariana Mortágua, que reuniu ao início da tarde com a Plataforma P’la Reposição das SCUTs, mantendo o compromisso da abolição de portagens no interior.
“Nós percebemos que há o abandono do interior, e da mobilidade, quando não se aposta em transportes públicos e se atira as pessoas para a rodovia, cobrando por isso, é quase dizer, é obrigatório passar por ali, mas tens de pagar por isso”, disse.
Sublinha que “é da maior injustiça que se continue a cobrar portagens, em vias do interior que são as únicas seguras para circular”.
Concluiu que defende que “as ex-Scuts voltem a ser vias sem custos e que sejam renegociadas as PPPs rodoviárias, que têm custos imensos para o estado. É preciso distinguir vias que são essenciais às populações de outras, e, neste caso, elas são essenciais para o transporte e mobilidade e não faz sentido que se mantenham estas portagens”, disse.
Amanhã, sábado, a líder bloquista continua na região, vai visitar a serra da Argemela, no Barco, para colocar a questão da exploração do lítio na agenda da campanha eleitoral. A visita começa às 10:00 na Junta de Freguesia do Barco.