CISMA celebra 3 anos e garante continuar a trabalhar “para dar voz” a artistas emergentes e à região

A CISMA – Associação Cultural, sediada na Covilhã, comemorou o seu 3º aniversário este sábado, dia 4, garantindo “continuar a trabalhar em rede, apoiando artistas emergentes, disponibilizando condições à criação artística e trabalhando para que a oferta cultural no concelho evolua e seja um motor de desenvolvimento e fixação das pessoas”.

Em declarações à RCC, Francisco Pais, sócio fundador da CISMA, considerou estes três anos “uma viagem de descoberta”, explicando como surgiu a associação e a importância dos jovens para o desenvolvimento da cultura no Interior.


“Tudo começou com um grupo de jovens, entre os 18 e os 25 anos, que decidiu formalizar-se como associação para desenvolver atividades, a nível coletivo, na área das artes. A ideia era explorar isso de uma forma mais formal e, por isso, criámos a CISMA”, explicou Francisco Pais.

A associação fez o balanço dos últimos três anos, dando conta que organizou “mais de 70 eventos culturais e artísticos com artistas locais e externos”.

Para Francisco Pais, “um dos grandes problemas é a ideia de que não se passa nada no Interior, mas é preciso entender que há cada vez mais oportunidades”.

“No litoral, há muitas associações, muitas iniciativas a acontecer e, se calhar, os ideais perdem-se um bocado, mas é exatamente por nós ainda estarmos nessa fase de desenvolvimento que é importante agarrar as oportunidades”, disse.

O sócio fundador da CISMA sublinhou ainda “a forte aposta na juventude, seja ela artística e criadora, seja ela consumidora e detentora de hábitos culturais”, frisando a importância dos alunos da Universidade da Beira Interior (UBI) na construção das associações, principalmente no Interior.

“Conhecíamos muitos jovens artistas, que ainda não eram artistas, mas tinham ideias para levar para a frente, o problema é que não havia uma infraestrutura que garantisse que essas pessoas eram ouvidas e que lhes dariam ferramentas para conseguirem atingir os seus objetivos. Por isso é que é importante haver cada vez mais pessoas no Interior e as associações são um ponto de partida para dar voz aos artistas emergentes”.

Um “grande projeto” da CISMA é a requalificação do Centro Comercial da Covilhã, que, neste momento, tem oito lojas arrendadas à associação das 27 existentes, sendo que, no início, eram apenas três os espaços com atividade.

Quanto a atividades futuras, a associação irá editar o terceiro livro, no próximo dia 18, o trapézio, “um projeto que tem sido bastante valorizado pelo público”.

“Temos o objetivo de editar, pelo menos, um livro por ano”, garantiu Francisco Pais.

Para os próximos tempos, estão agendados sunsets com musica eletrónica e artistas locais.

“Nas noites quentes de verão, é preciso dar vida à cidade. Arranjar espaços mais inusitados, como as Portas do Sol ou o Jardim Público, tão pouco utilizados. Começar a haver uma regularidade da atividade no espaço público, que existe para a comunidade possa usufruir dele”, frisou o sócio fundador da CISMA.

As comemorações do 3º aniversário, que contaram com a presença de José Miguel Oliveira, vereador com o pelouro do associativismo na Câmara Municipal da Covilhã, decorreram no passado dia 4, em dois momentos festivos distintos: durante a tarde, no Oriental de São Martinho, e à noite, numa discoteca da cidade.