A Câmara Municipal de Manteigas aprovou, por unanimidade, o início do procedimento para implementar um regulamento de apoio à fixação de médicos de medicina geral e familiar no concelho.
Embora todos os elementos do executivo se tenham manifestado contra esta prática, foram unanimes ao considerar é preciso fazer algo sobre esta matéria, face à falta de médicos de família no concelho.
Flávio Massano, presidente da autarquia, foi o primeiro a destacar esta posição, sublinhando que compete ao Estado promover o acesso universal aos cuidados de saúde, vincando, no entanto, que há muita preocupação com esta matéria face à previsível saída de médicos devido a aposentação.
Recorda que já em 2023 esta matéria foi discutida na Assembleia Municipal e foi aprovada uma moção em que se propunha trabalhar numa proposta no sentido de apoiar a fixação destes profissionais.
O que se propõe é que estes profissionais, com os incentivos, vejam Manteigas como “uma boa solução para o seu dia-a-dia”, disse o autarca.
Flávio Massano frisa que o ideal era que o Governo retomasse o programa que já funcionou no passado, o serviço de “Medicina à Periferia”, salientando que este será reivindicado à tutela, tanto pela autarquia, como pela CIM Beiras e Serra da Estrela.
A bancada do PSD votou favoravelmente a abertura do procedimento. Tomé Branco, no entanto, sublinhou que é difícil apoiar o subsídio a profissionais com verbas semelhantes ao que a maioria da população ganha no final do mês.
Defende que o programa “medicina à periferia” era o ideal, frisando que é preciso haver um esforço do Estado nesse sentido.
Nuno Soares (PS), votou favoravelmente, salientando, ainda assim, que cabe ao Estado, com o programa mencionado ou outros, resolver o problema com medidas estruturais e não “com pensos rápidos”.
Em posse do executivo está uma proposta do Grupo de Cidadãos Manteigas 2030, sendo considerada uma base de trabalho e por isso, sem ser discutida ou votada, ficando a sua discussão agendada para próximas reuniões.