Amaro Teixeira regressou da Suécia, dos campeonatos do mundo de marcha atlética masters, onde esteve a representar Portugal, com quatro medalhas, três de prata individuais nos 5, 10 e 20 km marcha, e uma de bronze por equipas.
Em declarações à Rádio Clube da Covilhã mostra orgulho no seu feito, conseguido com muito esforço individual e relata a falta de apoio que existe para o seu escalão etário, o que evidencia ainda mais o trabalho realizado para chegar a este nível.
“Valeu a pena, é pena é não haver mais apoios para nós, os atletas ditos amadores”, disse.
No seu caso trabalha durante a noite, o que dificulta na preparação, porque o descanso não é o mesmo, mas “isso torna mais desafiante o que fazemos”.
Para além destas dificuldades particulares, que concilia com o facto de ser treinador no Penta Clube da Covilhã, há a questão que afeta os atletas veteranos que, apesar de representarem Portugal nestes campeonatos, não têm qualquer apoio da Federação para o fazer.
“Para ter uma ideia, nós é que pagamos o equipamento, a inscrição, tudo”, refere. Explica que no caso dos masters “não há convocados para ir”, “vamos porque queremos, mas estamos a representar o país na mesma, vários atletas trazem medalhas, o país teve bons resultados, mas não há apoios”, lamenta.
Dificuldades que o podem afastar de outros campeonatos mundiais no próximo ano.
“Na parte da marcha gostava, mas vai ser muito difícil. Em 2025 terá lugar o campeonato do mundo de pista coberta, mas é na Flórida, nos Estados Unidos, ou seja, despesas elevadas. Nós contamos com apoios do clube, alguns particulares e os fundos próprios, e é difícil. Depois destes títulos de vice-campeão do mundo, queria continuar a disputar mais pódios a nível mundial, mas os custos não sei se vão permitir”, sublinha.
Amaro Teixeira é atleta e treinador no Penta Clube da Covilhã, estes campeonatos do mundo foram a sua estreia no escalão M35 e conseguiu ultrapassar, em muito, os objetivos a que se propôs.
“Não consegui participar nos campeonatos nacionais em veteranos porque não tinha feito 35 anos, estreei-me no mundial, fui com o objetivo de conseguir um pódio, sabia que era difícil por isso fiquei muito satisfeito, consegui 4 medalhas e, por exemplo, o atleta que me ganhou esteve nos Jogos Olímpicos de Paris. Não havia uma marca de acesso, mas o nível era muito elevado”, dá conta.
A marcha atlética é uma disciplina difícil, não só pela técnica para fazer marcha, mas também porque durante as provas “é preciso ter atenção às regras sem ver como se está a fazer, ficando sujeitos à avaliação dos júris”.
No caso destes campeonatos do mundo o circuito era de 500m e “muito desgastante”, descreve Amaro Teixeira, salientando o facto de que acabou as várias provas, sem faltas.
Uma modalidade apaixonante, sublinha o vice-campeão do mundo, desafiando os mais jovens a experimentarem.