“Semana do Bebé”: ULS Cova da Beira com menos 10% de nascimentos até novembro

Nos primeiros 10 meses de 2024 registaram-se menos 10% de nascimentos na ULS Cova da Beira, quando comparados com igual período de 2023, revelou hoje a Diretora Clínica dos Cuidados de Saúde Primários da ULS.

Filipa Quinteiros Pinto falava em representação do Conselho de Administração da ULS, durante a sessão de abertura do seminário científico inserido na 18.ª edição da Semana do Bebé.


“De acordo com dados recolhidos pela ULS Cova da Beira, no período de janeiro a outubro de 2024 registou-se uma redução de 10% no número de nascimentos em relação ao período homólogo de 2023”, disse, vincando que, se registou um aumento de nascimentos em idades mais jovens, mães até aos 24 anos, salientando um aumento “considerável de recém-nascidos com mães de nacionalidade estrageira”.

Filipa Quinteiros Pinto detalhou que a percentagem de recém-nascidos com mãe estrageira passou de 9% em 2022, para 16% em 2023, sendo 25% dos nascimentos registados até outubro na ULS Cova da Beira.

“Correspondendo a mais 20 nacionalidades de todo o mundo”, frisou, sublinhando a importância do tema escolhido para a Semana do Bebé deste ano “ser e Crescer na Multiculturalidade”.

A Semana do Bebé, que decorreu desde dia 4 e encerra amanhã, dia 9, teve atividades nos concelhos da Covilhã, Belmonte e Fundão.

É uma organização da Serviço de Psiquiatria da Infância e da Adolescência da ULS Cova da Beira, há 18 anos consecutivos.

Começou com o intuito de chamar a atenção para a natalidade, mas ao longo do tempo tornou-se mais abrangente e tenta debater, anualmente, temas relevantes para a sociedade, explicou Paula Correia, da Comissão Organizadora.

“Esta semana tem sido fantástica, acho que o tema é crucial na nossa sociedade e por isso tem atraído muita gente e tem sido de uma alegria e participação que tem sido única”, disse.

Realça que a iniciativa “foi crescendo ao longo dos anos”, sublinhando a pertinência do tema escolhido para este ano.

“Como todas as ideias acabamos por englobar e a multiculturalidade este ao faz sentido, pelo que está a acontecer na sociedade”, disse,

“Começámos com a natalidade, mas rapidamente passamos aos cuidados de saúde nos bebés, a uma parentalidade afetiva, nos jovens pais, na gravidez na adolescência e fomos crescendo a par com as transformações”, disse.

Um evento de sucesso, que cada vez chega a mais instituições. “Quem participa uma vez quer voltar”, disse ainda a responsável, frisando a cada vez maior participação nas atividades propostas, sejam palestras, workshops ou até as sessões de massagens para bebés.

“As pessoas ficam com uma ligação grande e todos os anos se oferecem para participar. Há muitas atividades que é a própria comunidade que as dinamiza e que as oferece aos futuros pais e aos pais”, disse.

Na sessão de abertura do seminário que decorreu na manhã de hoje, dia 8, participaram também os representantes dos três municípios da Cova da Beira que foram unânimes em reconhecer o contributo desta iniciativa para a melhoria da qualidade de vida no território.

“Um evento importante para alertar para a natalidade”, disse Luís Almeida, chefe do gabinete do presidente da Câmara Municipal de Belmonte.

Hélio Fazendeiro, chefe do gabinete do presidente da Câmara Municipal da Covilhã aponta que este é um evento “feliz, extraordinário, oportuno e útil” porque dá enfoque a uma área “extremamente importante para a comunidade, o nascimento”, sublinhando ainda a importância do tema escolhido.

Alcina Cerdeira, vereadora na Câmara Municipal do Fundão, sublinhou a importância de debater a multiculturalidade. Uma realidade presente no dia-a-dia de cada um e que no Fundão mudou o território depois da aposta feita há 10 anos no Centro de Migrações. Uma ideia também partilhada por Amélia Augusto, vice-reitora da UBI.