Trabalhadores do Grupo Paulo de Oliveira reivindicam aumentos do salário e do subsídio de alimentação

Os trabalhadores do Grupo Paulo de Oliveira reivindicam aumentos do salário mínimo e do subsídio de alimentação. Estas são as principais conclusões retiradas do plenário realizado na tarde de quarta-feira, dia 30 de outubro, nas instalações da empresa, na Boidobra. O plenário contou com a presença de Marisa Tavares, presidente do Sindicato Têxtil da Beira Interior e de Tiago Oliveira, Secretário-Geral da CGTP-IN.

Marisa Tavares acredita que esta “não é uma luta de agora” e que as várias rondas de plenários que a CGTP tem organizado permitem observar que “as condições de vida que atualmente temos têm vindo a degradar-se cada vez mais”, nomeadamente a nível salarial.


“Nós todos os anos vemos uma grande parte dos trabalhadores a receber o salário mínimo nacional até que haja negociação do contrato coletivo de trabalho. Para além dos bloqueios que têm existido ao longo dos últimos anos, somos confrontados com aumentos que não correspondem às necessidades dos trabalhadores e que não valorizam as nossas condições de vida”, afirma.

Para além do aumento dos salários, a presidente do Sindicato Têxtil da Beira Interior confidencia que o aumento do valor do subsídio de alimentação é um dos principais descontentamentos e uma das reivindicações centrais dos trabalhadores.

“Continuamos a referir, que é uma situação que mobiliza estes trabalhadores e com a qual eles mostram grande descontentamento e que tem toda a razão de ser, que se prende com o valor do subsídio de alimentação que está a ser aplicado no setor dos lanifícios e que está negociado no contrato coletivo de trabalho, que são dois euros e meio”, diz Marisa Tavares.

Tiago Oliveira, Secretário-Geral da CGTP-IN, vai mais longe e não acredita que a administração do Grupo Paulo de Oliveira conseguisse viver nas mesmas condições dos seus trabalhadores.

“Eu acredito que, se a administração da empresa almoçar todos os dias por dois euros e meio, também partilhe esta dificuldade com os trabalhadores. Não acredito que assim o seja e também não acredito que a administração viva com 730 euros por mês”, garante Tiago Oliveira.

Marisa Tavares considera que uma empresa como a Paulo de Oliveira devia “reconhecer que os milhões que têm de lucro dão fruto do trabalho dos trabalhadores”. Por sua vez, Tiago Oliveira não deixa escapar que “esta administração devia ter vergonha na cara e partilhar os milhões de euros de lucro com aqueles que permitem que esse lucro seja obtido”.

O Secretário-Geral da CGTP-IN apela, ainda, a que todos os trabalhadores participem na Manifestação Nacional, marcada para o dia 9 de novembro. Tiago Oliveira acredita que esta “vai ser uma grande manifestação”.