A Câmara Municipal da Covilhã lidera o consórcio que constitui a “Rede Cidades Criativas UNESCO Centro de Portugal”, que prevê um investimento de quase 1,5 milhões de euros, a executar até setembro de 2026. O projeto é financiado em 85% por fundos do FEDER.
Para além da Covilhã, Cidade Criativa do Design, o projeto integra ainda Castelo Branco e Caldas da Rainha, ambas Cidades Criativas na área do Artesanato e Artes Populares, Idanha-a-Nova e Leiria, Cidades Criativas da Música e Óbidos, Cidade Criativa da Literatura.
Um projeto para potenciar o “turismo criativo” nestes territórios, aproveitando a chancela comum da UNESCO que cada um deles ostenta, disse o presidente da Câmara Municipal da Covilhã.
“Uma estratégia de Turismo Criativo estruturado para os nossos territórios. Este projeto segue esse caminho”, vincou.
O autarca falava durante a apresentação dos projetos que a rede irá desenvolver, que decorreu hoje ao final da manhã no Salão Nobre da Câmara Municipal da Covilhã.
Vítor Pereira, detalhou que este projeto “foi concebido de acordo com uma visão de parceria e cooperação entre os seis territórios”.
Realça que, “tal como em todos os projetos em que a CMC se envolve”, este também “procura estabelecer pontes e entrelaçar os melhores fios de cada área para assim poder tecer novos caminhos, em nome do desenvolvimento e em prol dos covilhanenses”, disse.
Um projeto “de relevo” que parte do denominador comum que é o facto de cada uma ser Cidade Criativa da UNESCO e que prevê ações, como a realização de residências artísticas, exposições e outras iniciativas, que visam “reforçar as dinâmicas de trabalho em rede” e que se irão traduzir na “ampliação de ecossistemas criativos de produção, baseados na inovação, na cultura e na sustentabilidade, com impacto em termos de desenvolvimento destes territórios”, também sublinhou o autarca durante a sua intervenção.
“Estamos a unir as seis Cidades Criativas da região Centro. Vamos cooperar ainda mais, trabalhar em conjunto de forma colaborativa e empenhada, potenciando cada uma das cidades, a sua individualidade e as suas particularidades, afirmando os valores comuns como um todo”, disse.
Uma rede na região Centro que “faz sentido” uma vez que este território concentra seis das nove Cidades Criativas da UNESCO que existem no país, apontou ainda Vítor Pereira.
“Sendo certo que este projeto assenta num denominador comum aos nossos seis municípios”, que por si só “já enquadra interações, desafios e aprendizagem em comum, não é menos certo que a implementação deste projeto nos permitirá tirar mais partido da nossa complementaridade, ganhar escala e gerar maior competitividade ao todo que somos”, sublinhou.
No caso específico da Covilhã o “Design será o eixo central deste trabalho”, concluiu Vítor Pereira.
O Turismo Centro de Portugal tem no projeto um papel fulcral de “capacitar e dinamizar a rede”, disse na cerimónia Anabela Freitas, Vice-presidente do organismo, vincando que se pretende “estruturar a oferta de Turismo Criativo suportado pelos ativos que existem na zona centro”, nomeadamente nestes seis municípios.
Realça que atualmente os turistas querem visitar património edificado, mas exigem outro género de visitação e experiências que esta rede permitirá.
Luís Filipe, da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Centro, que atribuiu a esta candidatura da Câmara Municipal da Covilhã a pontuação máxima, elogiou o trabalho previsto, afirmando que o seu objetivo assenta numa política relevante para o futuro, com enfoque na “marca da coesão”.
“O projeto é bom, temos marcas que temos de aproveitar, há cidades que o têm feito individualmente, nada como fazê-lo em rede”, disse. Realça que até final do mês irão abrir os avisos para a submissão dos planos de cada município.
Na sessão cada cidade apresentou algumas das ações que pretende realizar no território.
No caso da Covilhã, Regina Gouveia, Vereadora com o Pelouro da Cultura, destacou três ações, sendo que uma delas, “A Cidade e o Design” já teve início em novembro, durante a Semana Criativa.
Destacou também, como 2.ª ação, a realização de uma exposição, entre março e junho de 2025, e uma conferência internacional, a acontecer em abril, para “dar a conhecer as melhores práticas internacionais de design”, e, como terceira ação, a realização de intervenções urbanas experimentais. Uma ação piloto para “mostrar a importância do design para a transformação do ambiente urbano da Covilhã”, disse.