FENPROF: Escolas precisam dos 15.000 professores que abandonaram a carreira

Mário Nogueira disse hoje na Covilhã que a escola pública precisa dos 15.000 professores que abandonaram a carreira, o que só se conseguirá com a alteração das atuais condições que são oferecidas aos professores.

Com número recorde de aposentações ano após ano, em 2030 a situação será “desastrosa” se nada for feito, defende o secretário geral da FENPROF.


Mário Nogueira considera que é positivo aumentar o número de vagas para cursos de ensino, como já foi anunciado pelo Governo, mas esses só vão chegar às escolas daqui a 5 anos, até lá, aponta que é preciso recuperar “os 15 mil que abandonaram”.

O sindicalista defende salários atrativos na base da carreira, cerca de 2 mil euros, para fazer face a despesas de deslocação, em especial para os jovens, uma vez que estes são colocados mais longe da área de residência.

Defende ainda, como questões centrais na revisão do Estatuto da Carreira Docente, que no topo da carreira seja recuperada a paridade com a carreira de topo dos técnicos superiores e que a carreira passe a ter 26 anos para chegar ao topo, sem constrangimentos.

Sobre a falta de professores, aponta que a Beira Interior é uma região em que o “problema não se coloca”, uma vez que, devido ao envelhecimento, há muitos professores a reformar-se e os mais jovens, que estavam deslocados, conseguem aproximar-se da residência.

O maior problema relaciona-se com os professores mais jovens, naturais da região, que só conseguem colocação fora da região e são confrontados com a “injustiça” de só haver apoios à colocação em algumas escolas.

“O Ministério criou apoios à deslocação de professores, mas só para algumas escolas. Há professores daqui, que estão em Lisboa e que tiveram a sorte de estar numa escola com apoio, outros, só porque estão na escola do lado, já não recebem”, exemplifica.

A deslocação do sindicalista à Covilhã insere-se num périplo que a FENPROF está a realizar em todo o país para discutir com os professores a alteração ao Estatuto da Carreira Docente, cujas propostas finais, a enviar ao Ministério, devem ser aprovadas, em plenário nacional, a 7 de março.