Covilhã curvou-se perante os 3 mil autarcas que construíram o concelho no pós 25 Abril

Os cerca de 3 mil eleitos desde 1974 nas Assembleias de Freguesia, Câmara Municipal e Assembleia Municipal no concelho da Covilhã, foram ontem à noite homenageados numa cerimónia que teve lugar no Teatro Municipal da Covilhã.

Numa noite denominada de “Tributo ao poder local, uma conquista de Abril”, Vítor Pereira, presidente da Câmara Municipal da Covilhã, sublinhou o papel relevante do poder local democrático, fazendo “uma vénia” especial a todos os eleitos que já faleceram. Agradeceu o contributo dos cerca de 3.000 eleitos que, neste período, ajudaram a colocar a Covilhã no patamar em que está.


Realçou que se trata de um poder local diferente do que existia antes da revolução dos Cravos, com maior legitimidade, porque o povo pode ser eleito.

Um grupo de cerca de 3 mil autarcas que fizeram um trabalho “que é motivo de orgulho”. “Figuras cruciais” para o desenvolvimento do território, disse Vítor Pereira.

“3.000 homens e mulheres que são verdadeiros exemplos da causa pública e motivo de orgulho e celebração. Foram e são figuras fundamentais e cruciais no desenvolvimento do nosso concelho. Basta ver o concelho que tínhamos em 1974 e o que temos hoje”, disse o Presidente, concluindo que “sem cada um destes eleitos, Abril não se teria cumprido”.

São verdadeiros “obreiros da democracia” a quem o autarca expressou “agradecimento e reconhecimento”

João Casteleiro, presidente da Assembleia Municipal da Covilhã, resumiu o sentimento em relação a todos com um “obrigado”.

“Obrigado exprime tudo o que sinto por quem representou e representa esta nossa terra que nos cativa”. “Um agradecimento a todos os que fizeram desta cidade e deste concelho, de pedras duras de granitos e xistos, uma terra ao mesmo tempo amaciada pelos afetos, obrigado por todo o nosso património material e imaterial”, disse.  

Elisa Pinheiro, presidente da Comissão das Comemorações dos 50 anos do 25 de Abril, saudou os atuais e antigos autarcas e em especial aqueles que já faleceram, em particular a primeira mulher autarca no concelho, Manuela Barata.

“Queremos testemunhar-lhes o nosso mais vivo reconhecimento pelo seu empenho nas políticas de desenvolvimento territorial que se deseja venha a ser cada vez mais sustentado no nosso concelho”, autarcas com “capacidade de resistir e de lutar que permitiram que a Covilhã, enquanto limpava a lágrimas face à ineludível desagregação do seu tecido industrial, viesse a acalentar o sonho de se reinventar”, disse.

Ao palco foi chamado cada um dos atuais presidentes de junta, nomeando cada um dos anteriores presidentes, fazendo desta forma a homenagem a todos.

O mesmo procedimento aconteceu com os presidentes de câmara, entregando a Carlos Pinto e Jorge Pombo, os únicos que para além de Vítor Pereira ainda se encontram entre nós, a placa símbolo da homenagem.

No caso da Assembleia Municipal foi entregue a cada um dos antigos presidentes que se encontravam na sala, nomeadamente, a José Carlos Lavrador, Manuel Santos Silva e José Armando Serra dos Reis, homenageando assim todos os outros.

A animação musical da noite esteve a cargo de Pedro Joia e Paulo de Carvalho.

As comemorações do 25 de Abril prosseguem hoje, dia 24, com a celebração da “noite e madrugada”. Começa com uma arruada, cerca das 21:00, desde o Jardim Público até à Praça do Município, seguindo-se o espetáculo de António Duarte e grupo Mata Con’Vida. Às 00:00 tem lugar o fogo de artificio, seguindo-se o concerto da banda 4Men.

Antes, durante a tarde, no Salão Nobre dos Paços do Concelho é apresentado o catálogo da exposição “Covilhã de Abril de 1974”, às 15:30 e às 16:30 serão entregues as chaves de habitações requalificadas na Estratégia Local de Habitação.