Com organização da Quarta Parede decorre entre 15 de outubro e 13 de novembro a 6.ª edição do “Em Transito – Artes Performativas para novos públicos”. Trata-se de um conjunto de 14 sessões em que se incluem espetáculos, concertos, oficinas, espetáculos-oficina e sessões de contos, apresentados este ano na Covilhã, Boidobra e Teixoso.
Com a certeza que as artes performativas “humanizam e geram proximidade”, a organização, disse Silvia Pinto Ferreira na conferência de imprensa de apresentação do certame, tem na “aproximação e a sensibilização” do público a estes géneros, um dos objetivos da iniciativa.
“Um programa que a Quarta Parede direciona para a aproximação e sensibilização às artes performativas e cruzamentos disciplinares, dirigido a pessoas de todas as idades, dos mais novos aos mais crescidos”, disse Sílvia Pinto Ferreira que divide a direção artística com Rui Sena.
Um programa “dirigido a grupos escolares e público em geral e que acolhe artistas com trabalho reconhecido na mediação e criação infantojuvenil na narração oral e também na música”, realçou a responsável.
Espetáculos que “devem ser vistos por todos, miúdos e graúdos, e sobretudo juntos”, sublinhou a diretora que também apontou que a organização como preocupações “a mobilidade e a descentralização da cultura”, apresentando sessões em espaços não convencionais da cidade e do concelho.
“Cumprindo com as linhas artísticas que são a base do «Em Trânsito» desde o seu início, em 2020, continuamos a perseguir a mobilidade e a descentralização da cidade para vilas e aldeias do concelho, numa lógica de a cada ano transitar por locais diferentes. Este ano estaremos na Boidobra e no Teixoso”, sublinhou.
Detalha que haverá apresentações na Biblioteca Municipal da Covilhã, no Condomínio Associativo II (antigo Conservatório de Música da Covilhã onde a Quarta Parede tem a sua sede), no Centro Comunitário do Bairro da Alâmpada (na Boidobra) e na Escola EB 2/3 do Teixoso.
Todas as apresentações terão como denominador comum “a relação de proximidade com o público”, que vai desde o pré-escolar ao secundário, sendo que muitas das apresentações têm ainda sessões especiais para o público em geral, com enfoque nas famílias.
A preocupação é também trazer crianças de outros locais do concelho a assistir.
“Temos mesmo este objetivo de olharmos para o concelho da Covilhã, que é o concelho onde a Quarta Parede também está sediada, e perceber que também temos necessidade de descentralizar. É tão diferente o acesso a estas atividades para quem vive no centro ou muito perto, para as pessoas que vivem um pouco afastadas. Podemos adiantar que nas escolas a que nos dirigimos para virem assistir aos espetáculos priorizamos as que estão mais afastadas da cidade e com o apoio da Câmara Municipal de Covilhã, organizamos o transporte para essas escolas de fora do centro poderem vir”, explicou Silvia Pinto Ferreira, sublinhando que há crianças que de outra forma não o poderiam fazer.
Foi também salientando que o “Em Trânsito” para além do objetivo de ajudar e apoiar a formação de públicos, também pretende “fazer perceber que existe essa carência”, em alguns locais.
O programa apresenta MIÓCARDIO de Marina Nabais, um espetáculo-oficina de dança que convoca as crianças para uma partilha em torno dos afetos, sentimentos e emoções. A performance BIBLIOTECA FUTURO de Manuel Henriques, que envolve adolescentes na criação de um manifesto para o futuro a partir de manifestos do passado. A oficina performativa É BOM MANDAR? de Catarina Requeijo e Inês Barahona (Formiga Atómica), que desafia as pessoas participantes a experimentarem o teatro da política. A peça TODAS AS COISAS EXTRAORDINÁRIAS (texto de Duncan Macmillan) de Joana Pupo (Mente de Cão), que aborda temas delicados de saúde mental, olhos nos olhos e com humor.
Uma das características da programação é a valorização da narração oral, representada nesta edição pelo espetáculo de música e contos VAI DE CENTRO AO CENTRO de Celina da Piedade, Cristina Taquelim e Ana Santos, e pelas sessões de contos de Rodolfo Castro, “o pior contador de histórias do mundo”.
A participação nas atividades é gratuita, mas considerando que todas as ações têm lotação limitada, é obrigatória a inscrição de grupos escolares e aconselha-se a reserva ao público em geral através dos contactos da Quarta Parede.
Programa completo AQUI