Joel Vital, presidente do Sporting Clube da Covilhã, apresentou aos jornalistas, em conferência de imprensa, Rui Mota, o novo treinador do clube, como sendo o homem certo para reverter a situação em que o clube de se encontra.
“Para além do mister, estamos aqui para apresentar um homem com H grande, que é preciso esses homens com H grande para assumir o clube neste momento, para nos ajudarem a reverter a situação”, disse.
Considera que mesmo em último o clube “ainda tem uma palavra a dizer, vai começar a segunda volta e temos toda a confiança no mister Rui, para nos ajudar e, com certeza absoluta, que isso vai acontecer”, vincou.
Realça que se trata de um treinador “jovem, ambicioso, que valoriza o futebol”, mostrando-se convicto que o Covilhã precisa de “valorizar um bocadinho mais o futebol e com isso a correr bem, e é isso que nós planeamos que corra bem, conseguimos depois tirar dividendos em outros aspetos. O mister dá-nos essa garantia que consegue valorizar o espetáculo, o futebol, e futuramente, correndo bem, conseguimos aqui tirar dividendos”, disse.
Joel Vital especifica que “correr bem” neste momento, estando em último, “é conseguir a manutenção”. Não esconde que fazendo uma segunda volta soberba, pode até pensar em algo mais.
Questionado sobre investimentos na equipa, realça que o clube quer e deve investir no mercado de inverno.
“Nós estamos a fazer esforços, sabemos os compromissos que foram assumidos no princípio da época, mas queremos, e devemos, e temos mesmo de investir na equipa”, disse.
De resto dá conta que são lacunas que já estão identificadas desde o início da época e que quer colmatar, até lá “a guerra” tem de ser ganha com o que existe, disse Joel Vital.
Uma guerra para a qual Rui Mota disse estar preparado. Promete entrar em campo sempre com objetivo da vitória. Sabe ao que vem, com a consciência que será difícil, mas desafiante.
“Na minha experiência é difícil encontrar projetos fáceis e quando um clube geralmente muda já com uma época a meio, ou em curso, é porque, de facto, há essa necessidade, porque se as coisas estivessem muitíssimo bem, não havia necessidade dessas mudanças, de modo que o nosso trabalho passa precisamente por isto: estabilizar e criar uma base”, disse.
Realçou ainda que encontrou em todos “uma enorme vontade de ajudar o clube, e é isso que dá uma segurança acrescida, porque, para mim, é uma base muito importante sentir essa vontade de ajudar o clube e dar alegria aos adeptos, que é esse o objetivo do futebol”, sublinhou.
Quer para a equipa um “futebol espetáculo” para que “mais adeptos possam vir ao estádio, mais adeptos possam seguir o Sporting Clube da Covilhã, mais adeptos possam estar connosco. O nosso trabalho passa por aí, passa por conseguir ao domingo, e esperemos que já este domingo, dar uma imagem daquilo que poderá ser um presente imediato e um futuro próximo”, garantiu
Sublinha o balneário que encontrou, frisando que foi surpreendido pela positiva. “Foi um reforço”, disse o técnico.
“Após a conversa que tive com os jogadores e com o primeiro treino, posso-lhe dizer que superaram as minhas expectativas porque encontrei um grupo de jogadores muito motivado, muito comprometido com o clube e com muita vontade de rumar por um caminho diferente do que, infelizmente, nos trouxe até aqui. Isso para mim é algo que, enquanto treinador é, sem dúvida, uma mais-valia”, disse.
Sublinha que o grupo está pronto “para os desafios que tem pela frente. Isto funciona quando somos um todo e eu sinto, desde que cheguei, que a vontade de toda a gente é mesmo essa: vencer, mudar e ajudar.
“Nós estávamos a falar de reforços e hoje à tarde ganhei um reforço que foi talvez o reforço mais valioso que eu tive, que foi de observar nos meus jogadores o compromisso que eles têm”, sublinhou o treinador.
Assume-se como alguém que fez a sua carreira a pulso, trabalhou em clubes da China, em ligas de topo que lhe deram “muita aprendizagem” e é isso que aporta ao futebol do Covilhã. É exigente consigo próprio e transmite essa exigência. “Exijo trabalho para a excelência” e é isso que traz para o SCC, disse.
Assume que está numa cidade que não lhe é estranha, estudou na UBI, passou aqui bons momentos e acompanha o clube desde essa altura.
Assume que pretende uma equipa para entrar em campo para ganhar, “temos que jogar em todos os campos para os três pontos”, garantiu.
Em termos diretivos, Joel Vital, que assumiu no início da semana o cargo de presidente, foi cooptado na direção após a demissão de Marco Pêba, garantiu que lidera uma direção empenhada e unida para o bem do clube.
“O Joel Vital está como está a direção toda: empenhada. Queremos cumprir com os compromissos que temos com as pessoas todas, mas estamos confiantes que podemos fazer aqui um bom trabalho. E acredito que sim. E o mister Rui é a prova disso, é uma pessoa capaz, é uma pessoa que já tem experiência, é uma mais-valia para nós”, disse.
Garante que há união e vontade. “O mais fácil para esta direção, era ter-se ido embora. O presidente sai, a direção vai embora. Acho que neste momento os elementos que estão dentro da direção estão unidos, estão com um propósito firme e sabemos, nós todos, o que queremos. Nós estamos unidos e sabemos o que queremos”, sublinhou.
Também disse que “nunca ambicionou” ser presidente do clube que representou durante 10 anos enquanto jogador, numa cidade que lhe deu tudo, realçando, no entanto, o orgulho, vontade e compromisso que tem ao exercer o cargo.
Para já assume que o importante é a manutenção na Liga 3, mantendo as contas em dia, quanto ao seu lugar, “quero o que os sócios quiserem”, disse.
“Nós esperamos aquilo que os sócios quiserem decidir. Nós estamos cá de corpo e alma, estamos cá para ajudar o clube, mas se os sócios não quiserem a nossa continuidade, o clube é dos sócios, os sócios decidem. Quanto a isso estamos tranquilos. Era mais fácil para nós termos ido embora. Se estamos cá, é porque acreditamos que temos condições para continuar. Se os sócios não quiserem, eles é que decidem”, disse.
Joel Vital também sublinhou que espera que os sócios se unam a este espírito, embora seja difícil quando os resultados não aparecem. Apela, tal como Rui Mota, ao apoio já no próximo domingo. “Queremos puxar os sócios e os adeptos para o nosso lado, mas se a bola não entrar é difícil”, disse, assumindo que compreende a contestação, mas pedindo confiança na mudança.
